Cai participação dos jovens nas prévias
14/02/12 18:53DE NOVA YORK – Mesmo com o efeito Ron Paul, pré-candidato presidencial cujas propostas libertárias (defesa da não ingerência do Estado) atraem jovens, a participação da população com menos de 30 nas prévias dos EUA tem caído.
A informação é do Circle (centro para informação e pesquisa no engajamento e aprendizado cívico), ligado à universidade Tufts.
A organização estima, com base em pesquisas de boca de urna, que nos cinco primeiros Estados a divulgarem resultados das prévias, Iowa, New Hampshire e Carolina do Sul, Flórida e Nevada, a participação dos jovens de 18 a 29 anos variou de 1% a 15%. Nos Estados Unidos, o voto não é obrigatório.
Na última corrida pela indicação do partido à candidatura presidencial, quando Barack Obama disputava a vaga democrata, a participação dos jovens foi de 13% a 43% nesses Estados.
Os dados de 2012 consideram só a participação nas eleições republicanas, já que os democratas não fazem prévias competitivas (Obama é candidato à reeleição).
“Nunca vi participação tão baixa de jovens quanto o 1% registrado em Nevada. Acho que, de modo geral, os republicanos não estão conseguindo se conectar com os jovens”, disse à Folha o diretor do Circle, Peter Levine.
Segundo ele, o comparecimento às urnas dos jovens costuma ser bem mais baixo que o da média da população. “Nos EUA os eleitores mais velhos são mais propensos a votar.”
Apesar do apelo de Ron Paul, o especialista diz que o candidato republicano por enquanto não repetiu a capacidade de mobilização de Obama na eleição passada. Mas, para o diretor do Circle, mesmo que o comparecimento às urnas dos jovens não tenha alcançado uma taxa particularmente alta, pessoas com menos de 30 anos tiveram impacto nas primeiras prévias. De acordo com ele, a concentração dos votos dos jovens em Paul ajudou o republicado a conseguiu o segundo lugar em New Hampshire.
Verena, o “cardapio” de candidatos oferecido ao eleitor, sofreu grandes alteracoes para o padrao americano. Antes, tinhamos o candidato “wasp” e/ou “cowboy”. Hoje, temos negros, mulheres, mormons… sem falar no tea party e, ultimamente, franco-atiradores, estes ultimos, sempre texanos… Esta ficando complicado, escolher…
Há uma corrente na Ciência Política que afirma que o cidadão comum sempre está abaixo da expectativa, quando se analisa o seu comportamento político. De outro lado, a atitude da massa reflete uma hierarquia de crenças. Por isso, americanos nascem com todas as características da família (religião, partido, torcedora do time A ou B – numa decisão quase binária). Será que essa geração é filha de uma geração menos politizada? Seriam eles netos da geração 68?
Boas questões, Anderson. Obrigada. Vamos tentar falar com um cientista político americano para fazer essa discussão no blog.