É a lama, é a lama
16/02/12 00:30DE WASHINGTON – Você acha que política no Brasil é, em muitos casos, jogo sujo? E que as campanhas são cheias de baixarias? E de debate político mesmo ninguém quer saber? Bom, os EUA estã não mesma situação, e seguem ladeira abaixo.
A atual campanha, nem bem começou, já está sendo considerada uma das mais sujas da história. Mais bizarro é que desta vez os ataques são fratricidas, com os republicanos consumindo milhões de dólares em comerciais, vinhetas de rádio e anúncios na web contra seus rivais de partido (e aí quando decidirem por um nome, vão vir na maior cara de pau dizer que o sujeito em questão é a melhor alternativa para o país, poucos meses depois de o terem destruído).
Quanto mais competitiva estiver a disputa no Estado, mais dinheiro em comerciais-baixaria será gasto. Na Flórida, me lembro que Mitt Romney empenhou US$ 3 milhões só em filmetes críticos a Newt Gingrich. Parece ter dado certo, já que de líder nas pesquisas o ex-presidente da Câmara despencou para uma amarga lanterninha (talvez porque a maioria dos anúncios fosse ancorada em episódios reais da vida do político).
Mas Romney não é o único a mergulhar na guerra suja, seus três rivais também o fazem com gosto. E não pensem que a coisa se limita ao público, não. Minha caixa de e-mails está entupida de mensagens das respectivas campanhas dizendo quanto um e outro candidato mente, rouba, é ineficaz, inepto e coisas que eu não vejo nem o governo acusá-los de ser (por enquanto, né, porque a máquina de propaganda do Obama não é nada boazinha).
A bola da vez é o Michigan, que vota dia 28 – mesmo dia que o Arizona. É um Estado em que Romney aparecia com larga vantagem, mas que agora ele corre o risco de perder para o ultraconservaor Rick Santorum. Uma perda sofrida, aliás, porque é seu Estado natal, onde seu pai foi governador. Só que o eleitorado, largamente formado pelo operariado branco, se identifica mais com as raízes classe média de Santorum do que com a família Romney, patrimônio estimado em US$ 200 milhões.
O Estado foi, portanto, invadido por uma onda de comerciais negativos nesta semana, a maioria de Romney contra Santorum.
O ex-senador não tem muito do que se vangloriar. Quanto mais ele avança nas pesquisas, mais radical seu discurso fica (os últimos petardos foram contra as mulheres, que, a seu ver, não deviam servir nas Forças Armadas, ao menos não na linha de combate, e também não deveriam ter direito de receber anticoncepcionais de seus planos médicos, porque, diz ele, anticoncepcional é baratinho). E quanto mais radical, mais eleitores independentes ele afugenta.
Mas vou dar um ponto para o Santorum nesta semana pelo senso de humor, coisa que eu achava que ele não tinha (ou de sua campanha, ao menos). Em meio às baixarias gerais, ele se saiu com a peça abaixo. Tosca, mas direto ao ponto.
Uma retificação: No último comentário que postei, me referindo a um assunto ligado ao casal Clinton, eu escrevi “Black Water”. Está errado. O correto é “Whitawater”.
É que o caso black water é um vespeiro, né. Não lembro de o Obama ter citado o caso Whitewater na campanha. Lembro de a oposição e os jornais terem citado. Mas posso ter me enganado, precisaria checar.
Citou, realmente. O clima teve quente. Mas como eu lhe disse: acho isso normal e necessário. Por conscidência, hoje, o PSDB já disse que não haverá primárias em São Paulo para a disputa da prefeitura de São Paulo. Um atraso. O próprio PT, que era avançado nesse assunto de prévias, também não vai fazê-la.
Eu, pessoalmente, me identifico muito mais com o pensamento dos Democratas em assunto de aborto. Mas o que me impressiona é o espaço que as várias organizações anti-aborto têm nas tvs americanas para defender esse seu ponto de vista, seja na conservadora Fox News, como na CNN e no Washington Post. Já aqui, no Brasil, embora essas organizações anti-aborto também existam, elas são, claramente, censuradas pela mídia. O “Roda Viva”, por exemplo, que é a principal arena de debates na tv aberta, sem nenhum pudor, dá espaço para quem é favor do aborto, mas não dá para quem é contra, como se o espaço elétrico/magnético, em que ele, programa, se resume não fosse uma “Concessão Pública”. As eleições americanas sempre têm muito a nos ensinar, sejam por republicanos ou democratas. É uma pena, então, que a imprensa não as cubra com um olhar pedagógico, e, sim, na maioria das veze, com um mero olhar ideológico a favor dos democratas.
Professor Emilson Nunes Costa.
Professor, não tenho como comentar o que está acontecendo aí no Brasil. Mas sobre a imprensa brasileira ser pró-democratas, discordo. O senhor acha que dizer que os republicanos estão se degladiando e isso pode ser um problema para o partido nas urnas é ser pró-democrata? Eu não acho.
Você está equivocada: Uma coisa é relatar ou reportar fatos, daí a origem do termo “reporte”. Outra é você divulgar a noticia de modo tendencioso. Exemplo: Já observei que John King da CNN e, praticamente todos da ABC News, assim como os correspondentes da TV Globo, se limitam a dizer que “os republicanos não querem aprovar projetos dos democratas e de Obama para aumentar tributos para os ricos”. Isso para mim é uma clara má intenção para fazer com que o consumidor da notícia venha pensar que a única intensão dos republicanos é proteger seus amigos ricos de Wall Street, como Mitt Romney. Quando se sabe, que a motivação advém de uma histórica raiz ideológica do partido por acreditar que essa faixa de ricos determinada por Obama são os ricos com grande potencial de gerar emprego, e acreditam que esse dinheiro que se quer tributar será mais bem aproveitado pela nação na geração de empregos. É por isso que eu tenho uma grande admiração pela Candy Crowley da CNN, que apesar de já ter dito ser simpática ao liberalismo, demonstra um baita profissionalismo, demonstrando uma notável isenção; pois, toda vez que toca na recusa dos republicanos em não quererem aumentar esse tributo para os ricos, ela relata essa motivação ideológica dos próprios republicanos. Para não ser injusto, venho notando que o Rodrigo Bocardi da Globo vem sinalizando nessa linha também, doa ou não aos republicanos ou democratas. Portanto, não me incomodo que os republicanos sejam criticados, desde que o sejam com honestidade intelectual; como também me incomoda quando vejo a Fox News observar a mesma desonestidade com Obama e os democratas. Há dois meses, por twitter, critiquei Sean Hanity e Monica Crowley por comentários que achei desonestos a Obama.
Professor Emilson Nunes Costa.
A Candy Crawley é mesmo excelente, a melhor coisa da CNN. Sim, concordo com o senhor que essa explicação “republicanos querem beneficiar Wall Street” está equivocada e é no mínimo simplista. É isso que eu estava falando do maniqueísmo. O que não anula o que eu vejo como intransigência dos republicanos em alguns pontos _especialmente neste do fim dos cortes de impostos. Não acho o Obama um bom presidente, mas tampouco acho que os republicanos atuais façam uma oposição positiva, de resultado. Tamanha tem sido a intransigência do partido na hora de responder que agora eles se viram levados a aprovar a extensão da redução da contribuição previdenciária em folha simplesmente “porque é ano de eleição”. E, veja, estou falando do resultado final em votações do Congresso _claro que há gente no partido disposta a enxergar nuances. O próprio Reagan chegou a aumentar impostos quando isso se fez necessário. Então por que levar tão a ferro e fogo? Isso faz parte também da cartilha da austeridade fiscal. Enfim, o senhor não precisa concordar comigo, obviamente, se não vamos passar semanas aqui debatendo. Só estou apontando algumas incoerências que eu vejo na posição que partido apresenta (vou tentar evitar aqui tratar isso monoliticamente). Abs.
Tenho formação também se estende na área das finanças. Por isso, preocupa-me a falta de preocupação de Obama com um novo ritmo de crescimento de dívida do governo federal. Já está a mais de 15 trilhões de dólares, com previsão de ser aumentado com a sua nova proposta de orçamento. Mas os EUA tem uma vantagem que nós no Brasil não temos, que é o fato de existir um partido conservador, constituído por uma ala chamada Tea Party, cuja ideologia se caracteriza pela redução dessa dívida. Aqui, no Brasil, desde a eleição presidencial passada, PT e PSDB estão imersos em uma dinâmica de promessa eleitoral, a saber quem é o mais bondoso, uma vez eleito, em dar bolsas sociais. Portanto, estarão muito mais propensos a aumentar gastos do que a reduzi-los. Falta, portanto, um verdadeiro GOP no Brasil à disposição do leitor caso venhamos a sermos afetados por uma crise fiscal como a europeia. Tenho lido todos os comentários desse blog. Impressiona-me como a dinâmica de aumento da dívida americana não tem sido objeto de avaliação por, pelo menos, de preocupação. Não se deve subestimar a capacidade da máquina de comunicação republicana de, pedagogicamente, explicar e convencer o eleitor americano do risco dessa dinâmica do aumento da dívida, mesmo que a economia continue a dar sinais de crescimento. Afinal, a crise fiscal europeia é um bom parâmetro de argumento.
Professor Emilson Nunes Costa.
Professor, de fato aumentar a dívida é um problema. A questão, acho, é ver qual a alternativa. Cortes austeros demais podem piorar a situação (o senhor acha que o que está acontecendo na Grécia funciona?). Boa avaliação de PT/PSDB, mas lembremos que o Brasil reduziu desigualdade, enquanto os EUA aumentaram.
De qualquer forma, tem uma coisa para mim que não bate no discurso do Tea Party, que é o antitributarismo. Se eles querem reduzir a dívida, por que são contra aumentar a arrecadação por meio do fim do corte de impostos que o Bush implantou e o Obama manteve para quem ganha mais de US$ 200 mil ao ano? Por que manter alíquotas menores para ganhos de capitais? Nem acho que os mais ricos devessem pagar uma parcela maior de impostos, mas poderiam pagar a mesma que os demais, não? Não acho que o Obama seja um bom gestor econômico tampouco, mas até agora não vi ninguém, de nenhum dos dois partidos, oferecer uma alternativa que seja factível e realmente resolva o problema. O novo orçamento do Obama promete reduzir o deficit, ao menos. A ver se funciona. Abs.
Primeiro, o Tea Party não gosta do Bush. Ele é uma das razões da existência do próprio Tea Party. Segundo, de acordo com as palavras de Emy Kremer, porta-voz do TP, o fato de querer uma redução mais drástica do déficit fiscal, não quer dizer que você vai ser irresponsável de simplesmente cortar fontes de custeio na noite para o dia de serviços públicos essenciais. O que se quer é estabelecer um cronograma de cortes paralelo às reformas no sistema tributário e no medicare e madicade. Mesmo porque, e creio que você saiba, que os integrantes fundadores do TP são profissionais da área de finanças, não seriam irresponsáveis em cortar despesas como sugere você. Alias, nas palavras de Marcos Rubio e Paul Ryan, a intenção de Nency Pelosi e Harry Reid é exatamente fazer o povo americano acreditar que se os republicanos chegarem ao poder farão essas irresponsabilidade. No entanto, até economistas democratas, além de especialistas colunistas do Wall Street Jornal desmentem isso. O que está acontecendo na Grécia é uma transição dolorosa necessária, de um estado gigante que ainda é produtor de aço para um estado que deve ser mais eficiente. Vou lhe dizer mais, o problema dos gregos é dificuldade em acreditar que a iniciativa privada possa produzir com mais eficiência bens e serviços. E o grande problema que Obama representa para os EUA é acostumar o povo americano a depender do estado em assuntos e necessidades que ele cidadão tem que procurar prover. O que então não puderem pagar um tratamento de saúde, aí, sim, cabe ao estado protegê-lo. Aqui no Brasil, estamos passando por um problema sério de desindustrialização, cativamento de muitos jovens a programas sociais sem porta de saída; e se a China parar de comprar no volume que vem comprando de nós você vai ver que a nossa inclusão social não é baseada no conhecimento e sim nas bolsas sociais. Pela sua foto, você é nova, mas foram as ideias de Margaret Thatcher e Ronald Reagan de reforma do estado, baseada nas privatizações e concessões, que foram a base das reformas feitas no estado brasileiro pelos tucanos que, junto com a imprensa, tentam convencer a quem tem até 35 anos que as ideias de modernização do estado brasileiro foi uma inventiva deles. Até o Plano Real, foi baseado no Consenso de Washington. Não é atoa que partidos de esquerda que não plagiaram as ideias da direita, como PCB, PSTU, PCO e PSOL, nas eleições presidenciais, chamam PSDB, e agora o PT, de representantes da direita. Você não gostar disso, mas são fatos. Anote o que eu vou lhe dizer: Se a esquerda europeia continuar com essa visão de estado paizão, será rechaçada do poder. As esquerdas que sobreviverão serão aquela que se aproximarão ideologicamente da direita como fez o Labor na Grã-Bretanha.
Professor Emilson Nunes Costa.
Professor, obrigada pelo “nova”, rs. Estudei bastante o Consenso de Washington, já entrevistei o John Williamson, e sei bem como o conservadorismo de Reagan e Thatcher influenciou o neoliberalismo. De qualquer forma, me abstenho de comentar política e economia brasileiras neste blog, já que não sou especialista. A menos que seja em pontos diretamente afetados pelas decisões americanas.
Sobre suas observações a respeito da austeridade fiscal, eu acredito também que haja gente responsável no Partido Republicano. O problema _na minha opinião, e podemos discordar_ é que o próprio movimento Tea Party foi desvirtuado e virou simplesmente um balaio de gatos antigoverno. A coisa se tornou maniqueísta. E maniqueísmo dificilmente é produtivo. Então, tenho dúvidas de que o Tea Party no poder de fato mantivesse o bom-senso ao qual o senhor se refere e que eu acredito haver em parte do movimento e do partido de oposição.
Discordo também da avaliação de que Obama seja assistencialista. Pelo menos por enquanto. No momento em que o impacto da crise é maior, é preciso que haja rede de proteção, sob pena de um colapso social e econômico ainda maior. Até para que as pessoas continuem comprando, não?
O senhor toca, porém, num ponto importante. Vamos ver como o governo americano faz daqui para frente, agora que a coisa parece estar sendo mitigada, e qual o efeito dessa ampliação do sistema. Aí sim acho que poderemos ter uma avaliação mais equilibrada sobre Obama ser ou não assistencialista. Abs.
Um exemplo de como as propostas republicanas de redução da dívida são reponsáveis e consequentes. Antes, quero dizer que me sinto honrado pelo debate que travamos em muito bom nível. Obrigado: http://video.foxnews.com/v/1460163760001/obamas-budget-pitch-built-on-dishonesty/?playlist_id=86858
Obrigada, professor. Eu vou ver o vídeo. Abs!
Eu vou lhe fazer uma pergunta que eu já me fiz, e gostaria que você refletisse antes de responder. É a seguinte: Quem você acha que conhece mais para fazer um juízo de valor mais aprofundado, os que já disputaram as eleições presidenciais brasileiras ou americanas? Você pode achar baixaria, mas, certamente, ajuda o eleitor americano a fazer juízo de valor do caráter de Romney saber que ele maltratou seu cachorro; que Newt traia a mulher com câncer; que Clinton traiu Hillary; que Bush fumou maconha. Pois, assim, diminuem-se as chances de surpresas desagradáveis ao eleitor, com o resultado do mandato do então candidato. Já aqui, se um jornalista divulgasse, durante a campanha eleitoral, que FHC traiu sua esposa Ruth com uma jornalista ele seria execrado pelos colegas. Em resumo, o bom mocismo que vocês da mídia brasileira exigem de vocês e dos candidatos no Brasil, durante a campanha eleitoral, não permite ao eleitor brasileiro fazer um melhor juízo de valor do caráter daquele que terá prerrogativa de tomar decisões que poderão afetar nossas vidas. Quero lembra-la que nas primárias democratas, vencidas por Obama, houve ataques pessoais pesados entre Obama e Hillary, com Obama insinuando ser ela corrupta no caso “Black Water” e, hoje, ela é sua secretária de Estado.
Professor Emilson Nunes Costa.
Professor, concordo com você que algumas informações pessoais podem ajudar, mas acho que elas são menos relevantes do que o histórico político. Mas vamos abordar de outro jeito: quando uma empresa contrata um funcionário, ela não quer saber se ele pulou a cerca ou maltratou o cachorro. Acho que a ideia cabe numa eleição. Por que alguém que traiu a mulher faria um governo pior do que alguém que não traiu? Queria entender como o sr. acha que isso pesa no governo (é uma pergunta honesta, posso me convencer pelos seus argumentos). Há coisas, porém, que podem ser relevantes por afetarem no exercício do cargo (por exemplo, prática de assédio sexual).
É verdade que Hillary e Obama se atacaram em 2008, mas a acusação mais grave que houve foi ela chamá-lo de ingênuo, o que me parece pertinente em política. Não me lembro de ele ter insinuado que ela´é corrupta. Mas concordo que no fim os republicanos serão capazes de apoiar um só nome. O problema é quem mensagem isso transmitirá ao eleitor independente. Abs.
Acho que o presidente Collor é um exemplo típico. Se tivéssemos aqui, naquela época, um John King, talvez não teríamos vivido o trauma que vivemos. Tenho discordância de Obama, mas as primárias e as eleições gerais desnudaram a sua vida, nos mostrando que ele é detentor de equilíbrio e caráter para ser o presidente dos EUA.
Luciana, eu entendo que “acidentes de percurso”, possam acontecer, assim como aconteceu com varios presidentes, em varios paises. Entretanto, eleger um notorio corrupto, um notorio adultero, ou seja la qual for a falta – grave – somente porque essa pessoa eh convincente nos argumentos de que PODERAH vir a ser um bom presidente, eh cair em conto-do-vigario. Vou alem; eh uma certa “prostituicao” do eleitor que trocarah seus principios morais, pela simples PROMESSA de uma vida melhor. Nao eh sabedoria, trocar o almoco, pela janta. Tem-se, ou nao, principios e se, se os tem, estes sao inegociaveis… Volto a dizer; acidentes de percurso, eh outra conversa e, eles acontecem… Afinal, somos humanos e, nao deuses…
Mas Bosco, corrupção é uma questão de caráter que interfere no papel público do sujeito, mas adultério acho que não. A menos que se trate de um/a assediador/a de funcionárias/os. Enfim, minha opinião. Não acho que retidão de caráter na vida particular seja motivo para eleger alguém. Pode aumentar a simpatia do eleitor pelo/a candidato/a, mas nem sempre a pessoa com a moral mais pura (e quem é que vai julgar isso?) será a mais preparada ou se mostrará assim tão nobre no exercício do poder. Abraço!
Luciana,
Vc concorda com o Bosco, na avaliação de que a campanha do Obama, por ora, estaria garantida? Acredita que os republicanos vieram ao Brasil fazer curso de dar tiro no pé com os tucanos, e se tornou uma agremiação de amigos completamente composta de inimigos e, portanto, sem chances de se defrontar com o atual presidente? Se for o que entendi, alvíssaras. Finalmente uma boa noticia vinda da terra do tio Sam.
Oi, Wilson. Eu não concordo que esteja garantida, não. Faltam nove meses, e nove meses é uma eternidade em política. Dá até tempo de as pessoas esquecerem coisas… Mas acho que sem dúvida é uma estratégia ruim para eles, e o Obama. O que os republicanos estão fazendo é impressionante. Sua comparação com os tucanos é boa, mas aqui está num nível dmais baixo ainda, com comercial na TV chamando um ao outro de mentiroso, incapaz etc. Talvez porque as primárias sejam abertas. Abs!
Oi Wilson, Luciana,
Some-se a luta fratricida do GOP, os indices animadores da economia, em geral modestamente positivos. Os argumentos do bolso sao irrefutaveis em um debate. Entao teremos um partido democratico unido, representado por um excelente orador, contra um GOP desunido e arrasado por sangrentas lutas internas… Coroando a empada, NENHUM candidato republicano eh isento de falhas. Isso, contra um Obama experimentado nas asperas lides politicas de Washington, vai ser parada dura para o GOP
Bosco, acho que o Obama se beneficia sim da briga interna do GOP, mas, no fim, o partido se une. Temos de ver até onde eles vão na briga e como isso afetará o voto independente, porque certamente você dizer que um sujeito é mentiroso e depois avalizá-lo tira sua credibilidade. Abs.
E, Luciana, é muito bacana da sua parte responder aos comentários dos leitores, mesmo aqueles mais obtusos… Parabéns!
Obrigada! Vou tentar, né, às vezes pode demorar um pouco. Mas a ideia do blog é mesmo estimular o debate. E eu acho legal os leitores criticarem também. Só não dá para tolerar ofensa e preconceito. Abs!
Sabe, ainda não me desce que os americanos, após eleger Obama, tenham dado a maioria do legislativo para o Republicanos…
Por um lado, pode-se imaginar que seja saudável… Afinal, nada melhor pra filtrar políticas duvidosas do Executivo do que uma oposição com poder parar barra-las… Mas considerando tudo o que se passou, não há como acreditar que o Partido Republicano queira dar o mínimo de governabilidade a Obama… não acredito sequer que eles se preocupem mesmo com os cidadãos norte-americanos… Por isso, independentemente de quem se torne o candidato oficial, ainda torço para os Democratas…
Oi, Fausto. A impressão que eue tenho é que quando a população elegeu uma maioria republicana, queria mandar um recado claro ao Obama de que as políticas dele não estavam funcionando (ou, no caso dos democratas que não saíram de casa para votar, que ele não estava cumprindo suas promessas). E isso faz sentido, de fato acho que o Obama errou na ordem de suas prioridades. O que ninguém parecia esperar era que uma ala dos novos eleitos levasse esse mandato tão a ferro e fogo e simplesmente passasse a barrar qualquer proposta do presidente, independentemente de fazer sentido ou não. De fato não existe o mínimo de governabilidade hoje, e é algo que assusta inclusive o pedaço do Partido Republicano que se preocupa com o país ou com o eleitorado. Vamos ver qual vai ser a reação agora em novembro, se essa ala mais moderada consegue retomar a plataforma. Abs!
Desculpe Luciana, mas “queniano” e “muçulmano” não são designações de raça. Milton pode ter se equivocado ao dizer que Obama é tais coisas mas, “racista”?
Tem razão, Luiz, ele pode ter usado “queniano” querendo dizer que é “estrangeiro”. Mas é difícil não correlacionar com a cor. Não devia ter dito racista, devia ter dito preconceituoso _porque aí abarca origem e religião. Bem apontado. De qualquer forma, o que eu queria ver no blog é os leitores argumentando com base em política, não em origem, cor, religião etc. Abs.
Discordo completamente. O sujeito escreve “O importante é arrancar aquele queniano muçulmano socialista do poder!” e isso não é segregação racial, religiosa e política? Ele pode até argumentar que semanticamente quis dizer outra coisa (como fazer uma descrição detalhada – e míope – do presidente) mas é claro que não foi esse o caso. Se alguém diz: “o importante é tirar aquele negro do poder!”, no contexto em que vivemos, é claro que a pessoa se refere ao fato de enxergar o ser negro como um problema. E o “queniano” ali provavelmente não se relacionava somente à xenofobia do comentador.
Outro sujeito, porque encontrou um “de” a mais tem um surto! Bom, isso aqui é um blog. Não tem muito sentido bancar o fiscal da ABL por tão pouca coisa.
Já previa isso. Acho legal sua atitude de interagir com os leitores, Luciana, mas tá cheio de rapaz pequeno, sedentário de mal com a vida e outros tipos ácidos muito mais interessados em ser agressivos do que em gerar um debate respeitável.
Não sou nem um pouco fã do discurso “politicamente correto”. Mas vir com abobrinhas agressivas também não dá. Bom, é minha opinião. abs
É, Silvino, já pedi aos leitores que foram agressivos para baixarem o tom. O leitor que criticou a frase do “de” já teve um comentário cheio de palavrões rejeitado _e essa será a prática por aqui. Vamos fazer uma experência, quero acreditar que o que chamou o Obama de queniano quis chamá-lo de estrangeiro. Acho que críticas, mesmo que rasas, são bem-vindas. Por ora minha ideia é barrar só ofensa e manifestações de preconceito, então esse comentário do “queniano” valerá de alerta. Abs!
Agora quem discorda sou eu. Como assim? Chamar alguem de socialista é “segregação política”? HAHAHA! Não se pode mais discordar de um ponto de vista político então? Não se pode mais discordar, debater, tudo é preconceito? Definitivamente, o Brasil é o país da inteligência, tem que “dar de dedo” no mundo…
Luiz, não entendi seu comentário. Obviamente ninguém estava falando do “socialista”. Você viu alguma menção a isso como preconceito? Abs.
Errei Luciana. Estava me referindo não à você mas ao seu leitor Silvino. Ele diz:`”o importante é tirar aquele socialista do poder” (citando o leitor Milton) e isso não é segreçação… política?` Foi a afirmação dele que me pareceu absurda e eu falei como se fosse sua. Foi ele que utilizou a expressão “segregação política”, que me parece tão sem sentido. Política é, por definição, confronto – e também acordos, claro. Então se eu digo: temos que tirar Hitler do poder, estou “segregando os nazistas”?
Abraço. Discordancias a parte, sua serenidade de escrita (arrisco que você é Keynesiana, ao contrario de mim, mas com todo respeito) é um achado. Posso encher seu saco mas virei seu leitor.
Hahaha, por que você acha que eu sou keynesiana? Acho que o Keynes dizia algumas coisas coerentes, mas essa moda de keynesianismo a ferro e fogo me parece algo descabido (mas não, não vou discutir keynesianismo porque eu sou só jornalista, não economista).E sim, concordo com você que chamar o Obama de socialista não é ofensa. O que não significa que seja uma visão simplista da coisa (os socialistas, aliás, que podem se ofender — não acho que exista esqerda real nos EUA, boa ou ruim). Continue comentando sim, principalmente para discordar! Abraço!
Bom saber que não é só aqui…obrigado por mostrar como os EUA são “maravilhosos”, tem muito imbecil que acha a terra do Tio Sam o paraíso sobre a Terra.
Não, longe de serem maravilhosos, Pensador. O que não anula o fato de as coisas aqui muitas vezes funcionarem. Acho que o legal é tentar desfazer a visão maniqueísta. Abs e volte sempre!
So muda o endereço ,as historias sao as mesmas!
Com uma diferença ,la comprovado o episodio o cidadao sai algemado de verdade!
Mais ou menos, viu, Paulo. Sai algemado mais vezes do que no Brasil, com certeza, mas aqui também tem impunidade. Abs.
Pelo amor, corrijam esse texto que tá beirando o ilegível!
Custa passar no word antes de carregar, ou a preguiça é grande demais??!
Marcelo, já arrumei a frase que você apontou (“vão vir na maior cara de pau dizer que o sujeito em questão é a melhor alternativa para o país, poucos meses depois de terem
dedestruído”). Tinha só um “de” a mais, e era tudo que havia de errado no texto. Obrigada por apontar, mas não precisa baixar o nível.Dá-lhe Santorum! Dá-lhe Tea Party!
O importante é arrancar aquele queniano muçulmano socialista do poder!
Eu confio nos americanos. Os americanos não são ignorantes estúpidos como os brasileiros. E sua imprensa vendida.
Milton, o problema do Obama para você é ele ser “queniano” e “muçulmano”? Ele não é nenhum dos dois, mas, se fosse, o comentário é racista. Estou aprovando desta vez porque tenho esperança que da próxima você faça comentários com críticas às políticas do presidente, não a cor nem religião. Racismo, neste blog, será barrado. Obrigada.
Luciana, esse eh o grande problema de um partido que se diz conservador. Tem de se defender da propria hipocrisia. Em pouco tempo, nao haverah mais nos EUA, quem se lembre do que eh ser “conservador”. Nao se admire se, em breve, descobrirem algum podre do Santorum. Ele eh a bola da vez e, ateh dias atras, as “pesquisas” do time de Romney estavam concentradas em Gingritch. Devem estar cavocando a vida de Santorum atras de episodios tao escuros quanto as minas de carvao da Pensilvania…Estrategistas de Obama nunca ganharam dinheiro – e eleicao – tao facilmente… Eu acho que, em qualquer lugar do mundo, os partidos politicos deveriam exigir atestado de idoneidade dos candidatos, sob pena de deixarem de ser uma agremiacao politica e, se tornarem em quadrilhas de canalhas, patifes e ladroes, o que, em muitos casos e paises, ja o sao…
Bosco, acho que se exigissem o atestado, a carreira entraria em extinção… Sim, vamos ver o que levantam do Santorum. Uma coisa, porém, o Romney não pode negar — ele é muito mais legítimo do que o Gingrich. Abs!