Os debates errados
17/02/12 20:25DE WASHINGTON – O pré-candidato republicano Rick Santorum se viu em situação delicada nesta sexta quando foi obrigado a se pronunciar sobre os comentários machistas (para dizer o mínimo) de um dos principais doadores de sua campanha a respeito da celeuma, na semana passada, em torno de um projeto do governo para tornar obrigatório o fornecimento de anticoncepcionais por planos de saúde.
“Eu dou tanta risada quando essas coisas acontecem. Temos milhões de americanos sem empregos, temos campos jihadistas sendo criados na América Latina, sobre os quais Rick [Santorum] tem se pronunciado, e as pessoas parecem tão preocupadas com sexo”, disse Foster Friess em uma entrevista à MSNBC.
“Acho que isso diz muito sobre nossa cultura. Talvez precisamos de uma sessão de terapia coletiva para ficarmos os assuntos reais aqui. E essa coisa do anticoncepcional, jisus, é algo tão barato. Nos meus dias, se usava aspirina como anticoncepcional. As meninas colocavam entre os joelhos, nem custava muito.”
É, pois é. Até concordo com o sr. Friess que é esquisito focar em anticoncepcionais quando há outros problemas reais _não “campos de treinamento jihadistas na América Latina”, mas sobre desemprego ele está certo. Mas dizer que o melhor método anticoncepcional é as mulheres não abrirem as pernas (porque é isso que a frase significa) é passar da linha.
Santorum disse que não tem como se responsabilizar pelo que seus cabos eleitorais dizem _o que é verdade. Mas depois veio dizer que Friess era um bom sujeito. Fora que o candidato já tinha dito que comprar anticoncepcional não era um problema, afinal, era tão baratinho.
Um pouco de nível e sobriedade na discussão, que é sobre saúde das mulheres, iria bem.
O grande ponto de entrave do debate era que originalmente a lei de Obama previa que todos os empregadores, inclusive colégios e outras instituições católicas, pagassem pelas pílulas _o que vai contra o dogma da Igreja. Saiu-se no fim com uma manobra, ordenando o repasse do custo às seguradoras (que, afinal, terão menos despesa com pílulas do que com gravidezes indesejadas).
Parte das instituições se deu por satisfeita, parte continuou reclamando. Nem todo mundo, porém parece ter entendido a questão. O taxista John, nascido e criado em Washington, reclamava outro dia: “Você viu que Obama quer obrigar a Igreja Católica a fazer abortos?”
Vamos bem de debate assim.
1. A Igreja Católica, e não só ela, considera a pílula do dia seguinte um método abortivo.
2. O governo Obama quer obrigar a Igreja Católica a fornecer a pílula do dia seguinte.
3. Logo, o governo Obama quer forçar a Igreja Católica a tomar parte em abortos.
O taxista John entendeu a questão perfeitamente.
Não, não é a pílula do dia seguinte, Joe, é anticoncepcional. É o que se toma ANTES. (Sim, a igreja católica também é contra este, mas aí, pelamore, não dá para comparar camisinha com aborto).
n vejo nada de errado no comentario.se as mulheres n qerem engravidar pq n param de faze sexo?maria se deitou do lado de jose por toda a vida e n teve relaçoes com ele.as mulheres q se dizem catolicas deveriam fazer o mesmo e deixar o vicio do sexo de lado.o melhor metodo anticoncepcional sempre foi a castidade
Pedro, cada um acredita no que quiser. Mas colocar isso como responsabilidade única e exclusiva da mulher é, para dizer o mínimo, tacanho. Se a sua opinião vale tanto para homens quanto para mulheres, eu respeito. Só acho que não dá para sair impondo às pessoas – e quem não acredita na castidade e não tem dinheiro para anticoncepcional, faz o que? Abs.