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Decisão em tempos de crise

Perfil Como os americanos votam. E o reflexo no Brasil, por Luciana Coelho

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RIP Newt, o Gingrich

Por Luciana Coelho
03/05/12 07:00

WASHINGTON – Newt Gingrich, o ex-presidente da Câmara americana que nos brindou com ideias grandiloquentes como montar uma colônia lunar, deixou a campanha na tarde de ontem.

Newt já vinha mal nas pesquisas desde fevereiro, e seu chapa Sheldon Adelson parece ter cansado de bancar a campanha quando a vitória se tornou matematicamente impossível, no início do mês. Newt conseguiu o feito de ficar atrás de Rick Santorum em uma primária DEPOIS que o ex-senador já havia desistido.

Newt, aliás, venceu apenas 2 das 41 primárias que havia disputado até agora. Por que ele continuava na disputa? Bem, em tese, para se fazer ouvir na hora de definir a plataforma do partido. Mas o fato é que o Gingrich se apequenou ao arrastar sua campanha mais do que qualquer cidadão racional faria.

De alternativa viável virou motivo de troça — não só dos progressistas, mas também dos conservadores. Quando era óbvio que o único com chances de tirar o favoritismo de Romney era Santorum, Newt não abriu mão de sua candidatura. Era uma coisa quase que pessoal com o rival. Diferentemente de Ron Paul, que não tem chances matemáticas mas mantém um séquito fiel e continua a ecoar na mídia, Newt foi sumindo.

O ex-deputado pela Geórgia, no entanto, prometeu não esmorecer. Ao lado da impassível Callista e seu inabalável penteado chanel loiríssimo, disse que continuará por aí, lutando pela ciência (=colônias na Lua) e a liberdade de religião (=misturar igreja e Estado).

Justiça seja feita, eu gostava de ver Newt nos debates — ele é de longe o melhor dos oradores entre os republicanos, e o caráter histórico com o qual ele gostava de lustrar seus argumentos subia um pouco o nível dos embates (um pouco, só, porque também havia um bocado de distorção).

Sem ele, a campanha perde um pouco a graça (=senso de humor). Deixo aos leitores o meu thumb preferido a respeito do ex-pré-candidato, Newt Gingrich Judges You (Newwt Gingrich Te Julga), uma singela homenagem ao indefectível olhar de superioridade.

http://newtjudgesyou.tumblr.com/

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Comentários

  1. Joe comentou em 04/05/12 at 21:16

    Você está rejeitando os fatos, Luciana.

    A polêmica era o Estado querer obrigar a Igreja a violar seus próprios ensinamentos.

    Era sobre anticoncepcionais e pílula do dia seguinte.

    Se o governo Obama obrigasse a Igreja a fornecer pílulas do dia seguinte, consideradas abortivas, seria correto dizer que o governo Obama estava obrigando a Igreja a tomar parte em abortos.

    Em nenhum momento a Igreja tentou legislar. O governo Obama é que tentou legislar passando por cima da liberdade religiosa.

    Tudo isso é fato, não é opinião.

    Agora, se a sua opinião é que o governo agiu bem… Aí é outra história.
    Eu acho que foi uma medida impensada e errada.

    • Luciana Coelho comentou em 10/05/12 at 1:13

      Não, Joe, a polêmica toda é sobre anticoncepcionais. Olha :http://www.nytimes.com/2012/03/17/health/policy/obama-administration-says-birth-control-mandate-applies-to-religious-groups-that-insure-themselves.html

      E aqui http://www.uscatholic.org/video/5-questions-sister-carol-keehan-dc-health-care-reform, a entrevista da irmã Carol Keehan, a freira que dirige a Associação de Saúde Católica. Não é pílula do dia seguinte, Joe.
      Abs.

      abs.

      • Joe comentou em 10/05/12 at 16:26

        Os links que você mandou comprovam que a polêmica inclui anticoncepcionais.

        Agora vou mandar links que comprovam que também inclui a pílula do dia seguinte e que quando se fala em aborto se fala dela.

        http://www.nytimes.com/2012/01/29/opinion/sunday/douthat-government-and-its-rivals.html

        http://www.npr.org/2012/02/07/146511839/weekly-standard-obamacare-vs-the-catholics

        E, agora, o mais inequívoco de todos. Escrito por Irin Carmon.

        http://www.salon.com/2012/03/28/the_obamacare_abortion_myth/

        Não é questão de gosto, é questão de fato.

        • Luciana Coelho comentou em 11/05/12 at 12:40

          Mas Joe, você mandou links de artigos opinativos escritos por conservadores, não de reportagens! Eu li a proposta na época. Vou procrar de novo. Abs.

          • Joe comentou em 11/05/12 at 16:21

            Os dois primeiros são escritos por conservadores e publicados por veículos liberais.

            O último foi escrito por uma liberal em um veículo liberal. A autora vocifera contra os conservadores do início ao fim. Inclusive nega que a pílula seja abortiva.

            Então, está comprovado que a polêmica toda envolve também a pílula do dia seguinte.

            O terceiro link exigia descer um pouco até chegar ao texto da tal Irin Carmon. Esse link aqui vai direto:
            http://www.salon.com/2012/04/26/the_myth_of_the_morning_after_abortion_pill/singleton/

          • Luciana Coelho comentou em 11/05/12 at 16:43

            Joe, você tem razão. Mil desculpas!

            Agora finalmente consegui achar a página do FDA em que eles listam a pílula do dia seguinte como “método anticoncepcional”. http://www.fda.gov/forconsumers/byaudience/forwomen/ucm118465.htm#emerg

            No fim, a lei não incluiu as instituições ligadas à Igreja, mas você tem razão sobre a pílula do dia seguinte (que não pode ser considerada preventiva, claro). Abs.

          • Joe comentou em 12/05/12 at 22:23

            Agora sim!
            Voltemos a programacao normal!

  2. gustavo giroti comentou em 04/05/12 at 19:36

    Luciana, qual foi o ultimo candidato da ala liberal do partido republicano?
    mccain – não propriamente
    bushinho -não
    bushinho -não
    bob dole – é?
    bushão pai – mais ou menos, né?
    bushão pai – idem
    reagan – não definitivante
    reagan – idem
    ford – mais ou menos né? pelo menos rockfeller, o vice era
    nixon – não
    nixon – não
    goldwater – nãããããão
    nixon – não
    ike – ??
    ike -???

    • Luciana Coelho comentou em 08/05/12 at 16:42

      Gustavo, por ala liberal você quer dizer centrista? Ou liberal no aspecto social? O McCain e o Bush pai não são propriamente radicais. Aliás, nem o Bush filho antes de assumir. Aliás, nem o Reagan, pelos padrões atuais… Mas nenhum deles pode ser chamado de liberal mesmo. Abs.

  3. Bobzter comentou em 03/05/12 at 22:01

    É impressão ou vc fez uma alusão entre Gingrich e o “Grinch”?
    Achei curioso seu interesse em continar vendo o Grinch nos debates, deve ser como nos filmes da Disney – precisa sempre da figura de uma entidade do mal para dar caldo. Eu pessoalmente descarto, o único debate interessante seria entre Obama e Ron Paul à meu gosto. Qualquer outro desses candidatos -lunáticos- no debate seria apenas essa necessidade de enfiar um antagonista para dar o tal tempero…

    • Luciana Coelho comentou em 04/05/12 at 15:11

      Bobzter, achei que ninguém tinha pegado a brincadeira. 🙂 Mas é por aí. Acho que o Gingrich mudou a dinâmica do debate. Também adoraria ver um debate Obama X Paul, ainda mais se for com uma plateia de até 30 anos, dividida entre os dois. Abs.

  4. Henrique Rossi comentou em 03/05/12 at 19:25

    Cara Luciana,

    Liberdade religiosa = misturar igreja e estado?

    Então, pra você, devo presumir que a afirmativa a seguir é válida?

    Laicidade = destruição da liberdade religiosa

    Nossa… A que ponto chegamos..

    Vejamos a sua resposta ao legítimo questionamento de um leitor:

    “Não dá para todo mundo no país ser obrigado a fornecer o anticoncepcional e só as escolas e hospitais operados por igrejas, não. (…) O que o governo não pode fazer – e não fez – é obrigar católicos (ou o que for) a usarem algo que vá contra seus preceitos.” Hã?????

    Então, na sua ótica, ninguém, ninguém mesmo deve obrigar os católicos a oferecer anti-concepcionais aos seus funcionários ao mesmo tempo em que todos devem oferecer anti-concepcionais aos seus funcionários?

    Será necessário muito talento interpretativo pra te compreender??

    • Luciana Coelho comentou em 04/05/12 at 16:53

      Henrique, um pouco difícil entender seu comentário, mas vamos lá: liberdade religiosa é uma coisa importante. O que o Gingrich é usar essa bandeira, que protege a liberdade de crença e de culto, para defender a presença da Igreja em questões de Estado. O que eu acho – e fique à vontade para discordar: escolas e hospitais operados por Igrejas devem fornecer o anticoncepcional a suas funcionárias se isso for uma praxe dos seguros-saúde aqui nos EUA (porque, por exemplo, no Brasil não é). A Igreja não deve se colocar acima da lei. É só isso que eu estou dizendo. Cabe ao funcionário, cidadão ou o que for a opção de usar o anticoncepcional – porque aí é o Estado que não pode estabelecer uma política mandatória de contracepção forçada. É a diferença de dar ao cidadão o direito de usar contraceptivo e não dar. Só isso. Abs.

  5. Otávio Jorge Caldas comentou em 03/05/12 at 15:02

    Pelo menos este filme chato, que é esta campanha, já vai ter seu final que todos já sabiam qual seria. Vamos esperar a próima eleição e que seja com roteiro igual àqueles dos filmes de Alfred Hitchcock.

    • Luciana Coelho comentou em 03/05/12 at 15:39

      Ou dos irmãos Coen. 🙂

  6. Joe comentou em 03/05/12 at 14:19

    Foi justamente o contrário. Nesse ponto, Gingrich e Santorum estavam brigando para manter a separação entre Estado e religião.
    O Estado (governo Obama) quis interferir com religião ao tentar obrigar a Igreja a fornecer anticoncepcionais e pílula do dia seguinte, ambas condenadas pelas crenças católicas e de outras denominações cristãs.
    A reação contra isso foi para manter a separação entre religião e Estado. O Estado não pode forçar nenhuma religião a agir contra seus próprios ensinamentos.

    • Luciana Coelho comentou em 03/05/12 at 15:36

      Ah, não, Joe. Se a igreja quer contratar empregados, sobretudo não-católicos nesse caso, deve respeitar os direitos trabalhistas. Não dá para todo mundo no país ser obrigado a fornecer o anticoncepcional e só as escolas e hospitais operados por igrejas, não. A Igreja – qualquer uma – não está acima do bem e do mal. Os dois estavam justamente buscando uma equiparação de problemas. O que o governo não pode fazer – e não fez – é obrigar católicos (ou o que for) a usarem algo que vá contra seus preceitos. Vi muita gente falando que o Obama queria forçar a Igreja a executar abortos. Foi nesse nível que a discussão chegou.

      • Joe comentou em 03/05/12 at 16:22

        Por que um médico pode se recusar a fazer algo que sua consciência não permite e os serviços de saúde oferecidos por uma organização confessional não podem? A questão aqui é de liberdade religiosa, sim.

        Quanto ao Obama forçar a Igreja a fazer aborto, vejamos:
        A Igreja vê a pílula do dia seguinte como abortiva. Se ela for obrigada a oferecer a pílula do dia seguinte ela é obrigada a participar de abortos. E quem tentou forçar isso foi justamente o governo Obama.
        –
        Sobre a nossa conversa paralela, não vejo dificuldade nenhuma em dizer que uma criança fez algo ilegal.

        • Luciana Coelho comentou em 03/05/12 at 17:13

          Sobre a criança, só fiquei interessada na sua opinião mesmo. 🙂
          Sobre a pílula, não acho que se possa comparar anticoncepcional com aborto (e no caso, não era pílula do dia seguinte, aliás, era pílula anticoncepcional comum). A questão aí também não era de a Igreja fornecer a fieis, clérigos ou pacientes, mas a funcionários. Acho que a questão é de saúde pública.

          • Joe comentou em 03/05/12 at 20:37

            A questão envolvia anticoncepcional e pílula do dia seguinte. E foi controversa porque violava a liberdade religiosa.

            Eis o imbróglio todo:

            http://www.forbes.com/sites/charleskadlec/2012/02/13/the-audacity-of-power-president-obama-vs-the-catholic-church/

            Ninguém comparou anticoncepcional com aborto. A pílula do dia seguinte, que o governo quis obrigar a Igreja a disponibilizar, é que é o método considerado abortivo.

            A Igreja não acredita que anticoncepcionais e pílula do dia seguinte são errados só para católicos. Se você for budista e trabalhar para algum estabelecimento católico as posições da Igreja continuam as mesmas.

          • Luciana Coelho comentou em 04/05/12 at 15:12

            Concordo, a Igreja acha que é errado e ponto. Mas ela não tem o direito de legislar sobre o Estado. O foco foi em anticoncepcional, Joe, que foi o que acabou passando. Abs.

  7. Joe comentou em 03/05/12 at 11:17

    Misturar igreja e Estado?

    • Luciana Coelho comentou em 03/05/12 at 12:15

      Sintetizando o argumento, sim. Foi o que ele evocou na questão dos anticoncepcionais (e o Santorum, com mais veemência). Isso para mim é colocar religião acima de saúde pública. Para quem mora aqui, é difícil concordar que falte liberdade religiosa. A profusão de igrejas, denominações, e referências divinas, inclusive na política (até na moeda!), é enorme. Não consigo me lembrar de nenhum momento em que o Gingrich tenha evocado “liberdade religiosa” como argumento legítimo (em um caso que esta realmente estivesse sendo coibida). Mas talvez você se lembre de algum. Abs.

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