Bush de volta
31/05/12 17:24WASHINGTON – George W. Bush e Laura voltaram nesta quinta à Casa Branca, onde foram recebidos pelo casal Obama e inauguraram seus retratos oficiais, uma tradição da Presidência americana.
O discurso espirituoso do ex-presidente (sério, é muito engraçado) leva a crer que o período de ostracismo que o próprio republicano se impôs, após sair do governo com a popularidade por volta dos 20% e servir como principal cabo eleitoral involuntário de Obama, chegou ao fim.
Bush está leve e à vontade, de uma maneira que não aparecia publicamente havia anos, incluídos os últimos de sua desastrosa Presidência.
Olhando em retrospecto, fiquei pensando que as coisas no Partido Republicano se tornaram tão soturnas nos últimos dois anos que, por comparação, a imagem de Bush melhorou. (Ok, os mais críticos ao Obama dirão que o problema é o presidente, mas eu AINDA acho que Obama é um presidente muito menos incompetente do que Bush.)
Perto de muitos de seus correligionários, Bush filho virou praticamente um moderado. A sua linha, o conservadorismo compassivo, não sobreviveria no cenário atual.
Aí me lembrei do cientista político Joseph Nye, um dos mais respeitados dos EUA e um sujeito bastante centrista, dizendo que se as coisas no Iraque não voltassem ao caos, todo o período presidencial de Bush pai a Obama entraria para a história como uma coisa monolítica, sem maiores benesses para o país.
Não sei até hoje se concordo, e Nye disse isso antes da posse do novo Congresso, em 2011, quando houve uma radicalização. Mas certamente é algo para se pensar.
Como também é algo a se pensar se, depois de sua boa performance de palco no evento, ele subirá ou não no palanque de Mitt Romney nesta campanha. Bush, afinal, ainda é uma presença tóxica?
Independentemente da posição política do leitor, convido todos a assistirem ao surpreendentemente divertido vídeo do ex-presidente.
(Uma das melhores partes é quando ele diz que seu retrato dá simetria às imagens presidenciais na Casa Branca. “Agora elas começam e terminam com um George W.”, diz, referindo-se a George Washington. “Quando falarem dos quadros, terão de dizer ‘o primeiro George W.” É um raro lampejo de autohumor de quem sabe que sua figura não entrou para a história sob uma luz tão positiva.
E a outra, em um aceno à mulher, chamando-a de “melhor primeira-dama de todos os tempos”. Ao olhar para a mãe, que ocupara a residência oficial oito anos antes de Laura, George W. emenda: “Mãe, você aceitaria um empate?”)
Luciana Coelho comentou em 07/06/12 at 19:51
Criticar Tea Party porque? Eles como a Sra. pensa sao radicais, mas o “Tea Party” leva muito o que reza a constituicao dos EUA. Esse eh o grand problema de “liberais” como a Sra. que pensa em “FREE LUNCH”. THERE IS NO FREE LUNCH.
“Obamis” como diria o falecido Mussum eh um governo de “Welfare Program” com munda gente no “ME DAH ME DAH” e quee nao quer trabalhar.
Eu continuo tomando Guinness & Irish Coffeee e comenddo muito peixe fresco e salmon.
Abs. de Galway
Olá, Jose. A Luciana está de folga por uns dias. Na volta, vocês continuam o debate. Até lá, vou liberando os comentários do blog. Abraço, verena
Sem dúvida alguma estamos em campos diferentes. Só não dá para brigar com os fatos.
O teto subiu primeiro, depois veio o rebaixamento. Veio porque o plano de consolidação fiscal foi insuficiente. E foi insuficiente porque os partidos não conseguem se entender, nisso você tem razão.
A Fitch anunciou ontem que pensa em rebaixar a nota americana. E pelo mesmo motivo. Gastos altos e falta de acordo para contenção do déficit.
Se quem pressiona pelo corte de gastos e contenção do déficil – como querem as agências – é o Tea Party e quem resiste é o Obama, como dizer que a culpa do rebaixamento é do Tea Party?
O Obama resolveu tentar conquistar um certo eleitorado adotando determinadas posturas. Você diz ver populismo. Eu vejo esquerdismo porque esse eleitorado é de esquerda e as posturas dele também.
Emilson Nunes Costa @emilsoncosta
I consider myself a winner with Gov. Scott Walker, because I donated $ 100 to his campaign. It was the victory of administrative efficiency.
Cara Luciana, está claro que o resultado do recall em Wisconsin terá um papel muito importante na eleição presidencial americana. O DNC está em peso lá e com muito dinheiro e o seu fundraising para ajudar Tom Barrett. E, em resposta, Tea Party e o RNC também foram para lá para ajudar a reeleição de Scott Walker. Acho que esse assunto deveria ser matéria e objeto de comentários da Folha de São Paulo. Fica, então, a sugestão.
Professor Emilson Nunes Costa.
Estaremos de olho amanhã, professor. Obrigada, abs.
Eu é que agradeço!
Cara Luciana, e amigos que já postaram seu comentário sobre esse artigo, bem escrito e instigador da polêmica e das paixões a um conservador como eu, admirador do ex-presidente George Walker Bush, não vou entrar diretamente no mérito, apenas disponibilizar algumas outras informações que entendo basilar uma mais justa e adequada avaliação de seus dois mandatos: Quais sejam: O presidente Bush teve desafios superlativados que só os presidentes americanos durante a Segunda Guerra Mundial tiveram: todo presidente americano sabe que, muito provavelmente, terá que atender a um país pobre, afetado por desastres naturais, geralmente terremotos, ele, Bush teve que atender à Indonésia, vitimada com aquele que foi, à época, o mais aterrador Tsunami da história moderna. Foi o que teve de lidar com a temporada de furacões e tufões com mais frequência, durabilidade e velocidade dos ventos dos últimos tempos, culminando com o Katrina. Segundo Wall Street Journal, teve que lidar com uma crise financeira engendrada pelos democratas, durante o governo Clinton, com as desregulamentações de salva guarda do sistema financeiro, criadas pelos republicanos durante o governo Reagan, em face da crise econômica da época. Enfrentou o pior ataque terrorista da história da humanidade que se deu em solo americano, que foi o 11 de Setembro. Teve apoio de democratas no Congresso para fazer guerra com o Iraque e o Afeganistão, sem a autorização formal da ONU. Disseram que ele e Tony Blair mentiram ao mundo, dizendo que Saddam Hussein tinha armas de destruição em massa. Mas os experimentados Serviços Secretos da Rússia e da França – ambas foram contra essas duas guerras – também “afirmaram” que Saddam Hussein tinha essas armas de destruição em massa. Por isso, Luciana e Amigos comentaristas, vocês jamais verão Vladimir Putin e Jack Chirac fazerem coro, dizendo que Blair e Bush mentiram ao dizer que existiam aquelas armas de destruição em massa.
Contrariando democratas, como a então senadora por Nova York Hillary Clinton, Obama foi contra as guerras do Iraque e do Afeganistão, embora, mais tarde, fosse a favor da guerra do Afeganistão. Portanto, se fosse presidente no lugar de Bush, não teria feito essas guerras. Então pergunto à inteligência honesta dos meus amigos: “Estaria a Alquaeda enfraquecida como está ou mais fortificada, mais perigosa, se fosse Obama presidente no lugar de Bush”?
Não sou dono da verdade, mais creio que, baseando-se nestes fatos, a história fará ao presidente George Walker Bush um julgamento adequado e justo, bem diferente do que já foi feito pelos seus inimigos ideológicos.
Professor Emilson Nunes Costa.
Professor, é claro que Bush não errou sozinho. Mas, em última instância, é ele o responsável pelo gabinete que montou e os assessores que escolheu (e convenhamos que nesta seara os presidentes americanos são muito mais senhores da situação do que os presidentes brasileiros e o loteamento partidário promovido nos ministérios, seja qual for o governo de turno). Sobre os desafios, sim, não há como minimizar o 11 de setembro. Mas as reações e decisões erradas tomadas pelo governo que ele chefiou acabaram tendo consequências igualmente graves para o país. De qualquer forma, concordo com o senhor que é difícil julgar a Presidência do Bush a quente. Eu hoje a acho desastrosa. Mas quão desastrosa, isso será necessário mais alguns anos para responder. Abs.
Ê, Luciana! Cada vez mais liberal!
O partido republicano de antes do Tea Party tinha um discurso conservador e agia sem muita preocupação com isso.
Aí, veio o Tea Party para exigir que os candidatos fossem eleitos e exercessem seus mandatos de acordo com os valores conservadores. Só exige coerência, mas como isso atrapalha as políticas liberais do Obama… o partido é chamado de radical, soturno.
A guinada à esquerda dos democratas e o Occupy Wall Street não são nem criticados. Mas os republicanos e o Tea Party são demonizados dia e noite.
Joe, pera lá. Não estamos falando de linha política, mas de bom senso. O clima que se instalou é soturno, não é? Ou você acha que o Congresso hoje vai muito bem? Ah, claro, a guinada à esquerda dos democratas. Eu não vejo guinada à esquerda, já lhe disse. O que os democratas fizeram que é guinada à esquerda? Eu não vi a seguridade social aumentar no país. Estenderam temporariamente o prazo do seguro desemprego, para evitar um problema maior, da mesma forma que assinaram um cheque de US$ 1 tri aos bancos, e outro às montadoras, para evitar um problema maior.
Quanto ao Occupy Wall Street, não sou nem um pouco fã do movimento. Acho que eles não sabem nem o que querem, não tenho a menor paciência para esses caras. A questão aí é que o Occupy não tem influência no Congresso, e o Tea Party, com candidatos eleitos, tem. Essa é a diferença. É por isso que eu estou falando de representantes eleitos, e não de uma molecada acampada na rua sem nada para fazer. Se o Tea Party estivesse apenas discursando, ótimo, há espaço para isso. Mas eles colocaram um bando de intransigentes no Congresso que simplesmente tomaram de refém todo o processo político. O que o Tea Party fez de bom no Congresso que você acha tão bacana? Ou mesmo no Partido Republicano? Acho que os comentários do John McCain sobre esse assunto são excelentes. O McCain é liberal por causa disso?
O McCain é um republicano bem liberalzinho, há quem diga que ele é não passa de um RINO.
A intransigência do Tea Party é prometer fazer uma coisa e depois de eleito realmente fazer?
Se a renda e o patrimônio inteiro dos mais ricos forem confiscados ainda não será suficiente para cobrir o déficit. Isso demonstra que o problema é de gasto alto, não de arrecadação. Por isso os republicanos não querem saber de subir imposto. O Obama insiste nisso só para marcar posição. Ele também sabe que o problema é de gastos.
Os republicanos não fazem oposição cega. Lembra que eles tentaram negociar com o Obama um aumento de impostos casado com corte de gastos? Mas o Obama tentou fazer o que os democratas fizeram com o Reagan, aumentar arrecadação e não cortar gastos. Aí os republicanos deixaram ele falando sozinho mesmo.
A guinada para a esquerda é desde a eleição do Obama.
A reforma da saúde dele só saiu por causa dos acordos à portas fechadas, ele não tinha apoio nem dos democratas.
Ele insiste em aumentar impostos, insiste em contornar o Congresso para impor regras através da EPA.
O homem teve coragem de colocar um COMUNISTA na Casa Branca! Um sujeito ligado àquela ideologia totalitária que matou milhões na URSS, China, Camboja, Cuba, Coréia do Norte… Aquela ideologia que os EUA tanto combateram!
Houve as tentativas de obrigar as instituições religiosas a fornecer contraceptivos e abortivos, aquela outra de intimidar a Suprema Corte e lá atrás teve a tentativa de boicotar a Fox.
E a campanha do Obama, então? Como ser mais esquerdista?
O processo político, na minha opinião, é refém do Obama, que insiste em dar cabeçada para a esquerda.
Depois da surra nas eleições legislativas ele não se moveu para o meio, não tentou chegar a um acordo com os republicanos. Ele sabe muito bem que não tem como passar por cima da maioria republicana e continua agindo do mesmo jeito.
Joe, Obama passou os dois primeiros anos tentando chegar a um acordo e não conseguiu. Depois disso, realmente não tentou mais. Sim, a intransigência do Tea Party é fazer o que prometeu fazer independentemente das circunstâncias. Aliás, falar mais do que fazer, porque o próprio Grover Norquist, que começou a insistir na responsabilidade fiscal, desaprovou a maior parte dos eleitos. Quanto ao problema de gastos/arrecadação, sim, existe um problema de gastos, e cortes devem ser feitos, mas calote não é a solução. Nem cortar somente gastos sociais. Independentemente disso, há um problema de arrecadação. Qual a justificativa para manter os cortes da era Bush até agora? Ao contrário do que se defende, eles não aumentaram o investimento. O nível de investimento continua em queda. Mas eu não acho que o problema sejam os republicanos nem a plataforma republicana, e tampouco eu acho que os democratas sejam muito eficientes ou corretos. O que eu acho é que existe um problema com a intransigência do Tea Party e o fato de o Partido Republicano sobretudo, mas também o Congresso em geral, terem virado reféns. Sobre a campanha do Obama, acho ela mais populista do que qualquer outra coisa (o que é péssimo). Abs.
Que acordo o Obama tentou fazer nos dois primeiros anos? O que vi foi uma maioria suficiente para aprovar qualquer coisa sem precisar de muito diálogo. Isso só não aconteceu porque nem o apoio democrata estava garantido. Ele teve que fazer acordos foi com a própria base.
As circunstâncias das eleições legislativas pra cá não mudaram muito. O Tea Party não propôs calote. Só apertou o Obama, que vive tentando dar passa moleque nos republicanos. Só que daquela vez os republicanos deixaram claro que conversa fiada não ia adiantar. Ele tinha que tratar e cumprir a parte dele primeiro.
Qual a justificativa para aumentar impostos agora? Esse dinheiro não cobriria o déficit e não aumentaria investimento em nada. Seria mais um fardo para o setor privado, junto com a fragilidade da economia, a fúria regulatória do governo e a incerteza quanto ao custo para fazer negócios. Tem que aumentar porque foi o Bush que reduziu?
A imagem do Bush melhorou porque o Obama é um incapaz. Fica cada dia mais nítido que ele é bom em jogar conversa fora e culpar o antecessor. Resolver as coisas não é com ele. E o Congresso não anda porque os democratas insistem em regular e gastar. Eles realmente esperam que os republicanos abandonem a plataforma que garantiu maioria na Câmara e adotem a plataforma democrata que perdeu essa maioria?
COmo o Tea PArty não propôs calote, Joe? Eles votaram contra a elevação do teto da dívida com as dívidas vencendo. Se isso não é calote, não sei o que é. Também não estamos falando em aumentar imposto, mas de acabar com os créditos no imposto para quem ganha mais de US$ 250 mil/ano. São coisas diferentes. Eu não acho que quem ganha mais tem de pagar uma álíquota maior, mas com certeza não tem de pagar uma menor. E sobre o Congresso — sim, o Obama teve uma posição conciliadora nos dois primeiros anos, tanto que cedeu em vários pontos de sua reforma da saúde (não estou avaliando se o plano era bom ou não, só dizendo que ele cedeu). Abs.
Luciana Coelho comentou em 03/06/12 at 13:08
Cara Luciana Coelho,
É impossível se dizer que nos primeiros anos tentou um acordo, porque até o fim de 2010 a maioria do Congresso era Democrata, e além do mais Nancy Pelosi que representava os Democratas aprovava as coisas sem muito verificar, deixando para fazer correções mais tarde.
Com relação ao Eric Holder(que não segura nada), ele automaticamente desaprovou a lei Imigratória do estado do Arizona, sem mesmo ler o conteúdo.
O governo de Obama colocou muita pressão em Joe Arpaio, “Maricopa County Sheriff’s Office” Arizona com relação aos ilegais.
Arpaio está fazendo o trabalho que o governo Federal e ICE deveria fazer.
O Arpaio está sendo rejeitado pelos ´próprios conservadores do Arizona e saiu de cena, José. Estive lá recentemente.
A responsabilidade fiscal era discurso republicano, não era prática. Olha o buraco que o Bush cavou!
O Tea Party só surgiu porque os republicanos estavam jogando dinheiro pra cima igualzinho os democratas.
Como o Obama foi conciliador, Luciana? A reforma da saúde dele recebeu 0 votos republicanos. E 34 votos contrários dos democratas na Câmara. O Obama não negociou nada com os republicanos. A posição dele não teve apoio fechado nem do próprio partido, mesmo depois de negociar teve democrata votando contra.
A elevação do teto da dívida, depois de muita negociação, foi aprovada com votos do Tea Party. E teve democrata votando contra.
Mesmo antes do acordo final, a Câmara aprovou, com votos do Tea Party, a elevação do teto atrelada a uma emenda constitucional que determinava equilíbrio orçamentário. A emenda era exigência do Tea Party para demonstrar que poderia votar pela elevação do teto se houvesse algum compromisso fiscal – e foi isso que aconteceu. Só ocorreria calote/default/moratória se o Obama se recusasse a negociar, coisa que ele não foi bobo de fazer.
Como um aumento da carga tributária não é aumento de impostos?
Então, recebeu zero votos justamente porque o Obama amenizou a proposta e mesmo assim não conseguiu nada. Vc pode dizer que ele foi incapaz de conseguir um resultado (nisso concordamos), mas não que ele não tentou. Aí virou essa coisa que não agrada nem um lado nem outro. Eu acho que foi um erro, ele não deveria ter entrado com a reforma como primeiro ato, deveria era ter feito algo na questão hipotecária (até hoje o mercado imobiliário continua segurando a recuperação). Mas o que eu estou discutindo com você não é eficiência, porque de fato o Obama deixa muito a desejar. É a questão da “guinada à esquerda”, e é isso que eu não vejo.
Já o Tea Party, como movimento, não apoiou o aumento do teto em bloco — alguns mais ousados o fizeram, e aí receberam a reprimenda do Norqist e de seus colegas. E sobre os impostos: não é, porque o Bush suspendeu temporariamente a cobrança, e o Obama manteve essa suspensão. A questão não é aumentar a alíquota ou sobretaxar quem tem mais (certamente alguns pensaram nisso, mas não é disso que eu estou falando). A questão é desfazer uma exceção temporária que não mostrou resultados suficientes.
O Obama negociou com o próprio partido. E a contragosto. Lembra da Nancy Pelosi? “We have to pass the bill so you can find out what is in it”
Que sentido faz ele tentar negociar nos dois primeiros anos, quando tem maioria absoluta, e desistir disso justamente quando precisa, quando perdeu a maioria? Esse é uma tese que não se sustenta.
“By 32-to-28, members of the Tea Party Caucus voted for the bill”.
Foram mais que alguns ousados, mais da metade.
http://fivethirtyeight.blogs.nytimes.com/2011/08/01/what-the-white-house-left-on-the-table/
Carga tributária maior é carga tributária maior. Se o governo quiser fazer reforma tributária é uma coisa. Mas dizer “ah, o empresariado não fez o que a gente queria, vamos voltar a tomar o dinheiro deles” não dá. Isso é arrecadar por arrecadar e os republicanos não aceitam isso.
Joe, não dá para continuar esse debate sobre os impostos com você. Não é aumentar a carga tributária, é restituir ao que era. “Tomar dinheiro”, por favor, é um discurso tão raso é fácil quanto os occupies dizendo que todo rico só quer explorar.
Sobre o debate com o partido, sim, você tem razão, mas uma coisa não exclui a outra. O Obama tentou negociar sim, até para não ficar com total reprovação republicana. Você lemnra do discurso dele no começo, de conciliador etc etc? De unir os partidors após o Bush ter polarizado (rá!)? Bem diferente de agora. Eu acho que ele gastou munição na coisa errada, e não agradou nenhum dos lados — nem a base dele. Achei politicamente inepto, mas não intransigente. E o Tea Party votou — quem do Tea Party votou — na iminência do calote, depois que já tinha acontecido o rebaixamento pela agência de classificação de risco, na undéciam hora, quando o Boehner retomou a rédea da negociação.
Luciana Coelho comentou em 04/06/12 at 15:32
Escrevendo aqui de Galway na Irlanda devo dizer que muitos democratas tambem estao rejeitando Obama.
Como a Sra. eh uma defensora fevorosa do Obama nao percebeu.
P.S.: Desculpe a falta de acentos no teclado do CYBER CAFE.
José, desde quando criticar atitudes do Tea Party e a intransigência deles no Congresso é ser defensora fervorosa do Obama? Você está misturando as coisas. E sim, tem muitos democratas descontentes com ele. beba uma Guinness por mim, por favor. Abs.
Cara Luciana, contas públicas fazem parte de minha formação profissional. Mais do que a média do povo brasileiro, eu tenho profunda lucides do quão importante foi a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal para o arranjo do equilíbrio das contas públicas do estado brasileiro, possibilitando o funcionamento do Plano Real e o desenvolvimento sustentável. Mas esse presente que foi a LRF, não surgiu da vontade nacional, porque ela não existe. E sim, foi nos emposta goela abaixo pelo FMI. Com a crise de liquidez do México e a Rússia, o Brasil precisou, com urgência de bilhões de dólares para arcar com seus compromissos de curto prazo, e quando foi bater às portas do FMI, ele o seu socorro à aprovação da LRF. Luciana, minha preocupação é que, se houver um novo descontrole fiscal no Brasil, não há, na sociedade uma massa organizada da população – como o Tea Party – que tenha a consciência dos perigos à estabilidade econômica e, portanto social, que representa a dinâmica de descontrole da dívida pública, e cujo grau de organização faça com que, democraticamente, através do voto popular, consiga mandar seus representantes para o parlamento, que é o local apropriado para tentar estancar o descontrole fiscal. E aí, Luciana, vou lhe dizer o que já disse a Emy Kremer: “Feliz do país que tem um movimento fiscalista como o Tea Party”. E, agora, respondendo a pergunta que você fez ao Joe: “O que o Tea Party fez de bom no Congresso que você acha tão bacana”? Introduziu – a ambos os partidos – a necessária agenda da responsabilidade fiscal, num momento em que o endividamento do estado chegou a um patamar perigoso, 15 trilhões, e a gora em 16 trilhões, em a dívida poderá ter sérias dificuldades a ser financiada. E essa importância dessa agenda fiscal do Tea Party foi reconhecida Pelo Wall Street Journal e as agência de Risco Moody’s e Standard & Poor’s.
Obs.: Apesar de o Tea Party ser ligado ao Partido Republicano, 16% de seus integrantes são democratas; 11% independentes, e o restante 73% republicanos. Quem, inicialmente, gerou neles a preocupação de existência em defesa do controle fiscal, foi o nível de expansão da dívida da administração Bush. Muitos do Tea Party são como eu, profissionais da área de finanças públicas. São pessoas responsáveis e patriotas para com seu país.
Professor Emilson Nunes Costa.
Mas, professor, a responsabilidade fiscal já era uma bandeira dos republicanos muito antes de o Tea Party existir. O que o Tea Party sugeriu foi o default e a suspensão de repasses aos governos internos. Imagine os EUA em defalut no meio da crise econômica mundial. Moratória não é responsabilidade iscal, pelo contrário.
Ô, ginástica! Sim, é restituir a carga tributária ao nível de antes: mais alto. Isso chama-se aumentar. Sem uma mísera justificativa. É só parte da guinada esquerdista dos democratas, assim como os ataques ao passado do Romney na Bain Capital. Viu o que o Bill Clinton acha dessas duas coisas?
Impostos são isso mesmo. O governo tomando dinheiro da iniciativa privada para pagar pelos serviços públicos.
O Obama fez discurso conciliador e achou que os republicanos ficariam hipnotizados. Errou! Devia ter negociado. Não negociou e não teve apoio republicano. Só negociou com o próprio partido.
Primeiro veio o aumento do teto da dívida, depois veio o rebaixamento. O teto da dívida foi aumentado dia 2 de agosto (com votos do Tea Party e apesar dos votos contrários de democratas). A nota da dívida americana foi rebaixada na noite de 5 de agosto.
Houve rebaixamento porque o corte orçamentário acordado no Congresso, de 2,1 trilhões, era pouco. O governo Obama ainda contestou o rebaixamento porque a agência errou em 2 trilhões a estimativa de déficit ao longo de 10 anos. Não teve nada a ver com Tea Party e com a demora em subir o teto da dívida.
A história poderia ter sido diferente se os democratas não tivessem derrubado a emenda constitucional do Tea Party que exigia equilíbrio orçamentário ou se os democratas tivessem aceitado cortes maiores – como o Tea Party tanto quis.
A sua memória sobre a atuação do Tea Party está incrivelmente apartada dos fatos. E sobre o Obama está incrivelmente favorável, chutando até a lógica.
Joe, a Standard and Poors rebaixou a nota por causa do processo político que levou à iminência de calote, está no comunicado deles. Não porque o corte era pequeno. Aliás, do processo político todo. Lembra do comunicado vexatório? http://www.standardandpoors.com/ratings/articles/en/us/?assetID=1245316529563
E deixe de ser maniqueísta, eu critico o Tea Party E acho o Obama ineficiente. O que eu não vejo a “guinada à esquerda”. Dependendo de onde você estiver do espectro político, você vai dizer que o Obama é comunista, ok. Eu não preciso concordar com você. O ataque à Bain foi mais populista do que qualquer outra coisa, e foi sem noção mesmo. Mas não é prova de que a política do governo tenha andado à esquerda. Eu gosto da sua participação no blog, mas a gente não precisa pensar da mesma forma. Abs.
A moderação aqui foi desativada?
Como esses comentários do phellippe, do Alexsandro e do Pacheco foram publicados?
Já disse que não tem o menor cabimento comparar o Bush com Hitler.
Independentemente de minha opinião sobre o Sr. Bush, eu admiro a liturgia e a democracia americana. É admirável ver adversários politicos se respeitando e mantendo as tradições. Assistam o vídeo (que está em inglês) e verão que até o Bush pode parecer um cara legal.
Meu caro Marcos, admirável essa sua observação.
O Phellippe falou tudo. Bush é o anticristo.
Os brasileiros que tem mania de imitar tanta coisa dos americanos, poderiam adotar mais essa.
La só existem 2 partidos politicos que disputam a eleição presidencial.
E aqui? Uma vergonha, “milhares”, cada dia aparece mais um! Um absurdo!
Depois de ler o texto da Luciana, gostaria de saber o que ela pensa do Lula, que presidiu o Brasil durante oito anos e desceu a rampa como o chefe de Estado mais corrupto da história. Falar em “sua (de Bush) desastrosa Presidência”, quando aqui tivemos um sujeito que tentou (e ainda tenta) acabar com a liberdade de imprensa, que tenta desmoralizar o Supremo… E aí, Luciana, Bush teve lá os seus problemas, que não foram nada pequenos, mas comparados à corrupção e a incompetência de Lula, Bush se aproxima de um estadista…
Henrique, esse blog se limita à política americana, que é o que eu cubro aqui. Brasil, só quando é política externa e relações econômicas com os EUA. Abs.
Péra lá, o Adolph tinha lá suas razões em virtude das dívidas da 1ª guerra, depois perdeu o contrôle, ficou louco. Esse george bush deitou e rolou, tripudiou em cima de todos, concientemente e descaradamente. É a minha opinião!
a unica diferença politica entre hitler e bush é que hitler atacou paises desenvolvidos e nao roubou nada e bush atacou paises lixo e roubou petroleo. Boicote à texaco
Pera lá, Phellippe, pode-se até falar em crimes de guerra do Bush, mas não dá para comparar as escalas, muito menos com genocídio sistemático.
Phellippe,
Hitler não roubou nada?? Acho melhor você voltar aos livros.
Os dois são igulamente execráveis! Inclusive penso que o Bush deveria ser julgado em Corte Internacional pelos crimes de guerra. Mas Hittler roubou muito também (obras de arte, a dignidade de povos inteiros, a vida de milhões de pessoas).
Caro Phellippe,
Sem querer desculpar George W. Bush que fez um governo que não foi uma “Obra de Arte” e ele fez muitos erros e TAMBÉM foi mal aconselhado por muitos.
Colin Powell por exemplo foi responsável direto pela a invasão do Irak. Powell era o Secretário de Estado(Secretary of State) no Governo Bush Jr. e Chairman of the Joint Chiefs of Staff no Governo de Bush Sr..
Powell deveria conhecer melhor o Irak e a situação no Oriente Médio do que qualquer um dos Conselheiros de Bush Jr.
Bush Jr. não fez decisões sozinho, e Powell que acabou pedindo demissão depois do 1° termo de Bush Jr. e ainda apoiou Barack Obama para a eleição de 2008. Será porque ele apoiou Obama quando ele sempre foi “REPUBLICANO DECLARADO”? Eu sei a resposta mas não vou lhe fornecer.
Eu lhe pergunto o que fez Obama para melhorar a situação? A minha resposta é NADA.
Você talvez tenha acreditado na conversa afiada de Obama como muitos, mas Sadddan Hussein não foi qualquer “Papai Noel” para o seu povo e para outros grupos étnicos que não fosse o dele no Irak.
A campanha genocídio contra curdos não foi nenhum “Pic Nik”.
Antecedendo os seus comentários a respeito das ajudas dos EUA para Saddan Hussein contra o Irã eu quero deixar claro que também o Brasil ajudou Hussein e o Irak neste evento.
Comparar Bush Jr. com Hitler é uma disparidade muito grande, e sem nexo da sua parte.
O “Allmighty Salvador Obama” o que fez até agora outro de apontar o dedo (DEDO DURO) em Bush Jr.
Eu não sou Republicano, e sou registrado como “Democrata”, mas os candidatos desse partido desde o tempo de Harry S. Truman(não incluso) tem deixado muito à desejar.
Amigo Urso saudações polares.
Abs
Phellippe,
Bush nao roubou o Petroleo. Os EUA gastaram uma fortuna reconstruindo oque destruira, e o petroleo do Iraque nao e vendido nem doado aos EUA. Se fosse haveriam provas ou minimo acusacoes. Nao existem.
There s blood on your hands mr bush