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Eleição nos EUA

Decisão em tempos de crise

Perfil Como os americanos votam. E o reflexo no Brasil, por Luciana Coelho

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A derrota de Obama

Por Luciana Coelho
07/06/12 20:38

O governador Scott Walker, confirmado no cargo terça com margem de quase 10 pontos percentuais nas urnas (Reuters)

WASHINGTON – A vitória do governador republicano de Wisconsin Scott Walker na eleição de “recall” de seu mandato nesta semana foi provavelmente a pior derrota imposta pelos republicanos ao presidente Barack Obama.

Sim, pior do que perder o Congresso em 2010, algo que pode ser parcialmente atribuído à rejeição aos ocupantes das cadeiras pelo eleitorados no meio da crise econômica.

Desta vez, não. Os democratas — assim como os republicanos — injetaram um volume anormal de recursos, financeiros e humanos, na eleição no Estado do norte do país. Por mais que a campanha obamista tenha tentado minimizar a perda, o custo foi alto, inclusive para novembro.

A história que Wisconsin conta é que talvez seja hora de repensar o movimento trabalhista no país, o grande mote da campanha. Walker, que proibiu a barganha coletiva para os funcionários públicos, sai como heroi do movimento antissindical que ganhou força nos últimos anos e já converteu 23 Estados em Estados com “direito-ao-trabalho” — onde a sindicalização é, dependendo do caso em questão, limitada ou mesmo coibida.

Após seu auge nos anos 50 e 60, os sindicatos começaram a perder força (o que deu margem para uma flexibilização extrema do mercado de trabalho e, para historiadores como o harvardiano Alex Keyssar, alimentou a desigualdade e a pobreza crescentes no país). Para os críticos, porém, essas instituições ainda fazem alguns setores (como a educação) reféns de um sistema retrógrado e limitador.

É difícil dizer que qualquer um dos lados esteja totalmente errado, mas o que impressiona na história de Wisconsin é a perda de força de mobilização dos sindicalistas, que participaram ativamente da campanha anti-Walker.

Esse mesmo movimento tem sido, no último século e pouco, um dos vértices da base partidária democrata e da própria politização do país, com campanhas ativas para tirar gente de casa para votar (nos EUA, o voto não é obrigatório). Em pesquisas políticas nos EUA, é comum, por exemplo, a distinção “union households”, ou “lares sindicalizados”.

O desfecho desta semana, porém, indica que isso pode ser pouco em novembro — justamente quando “trabalho” é, como há décadas não se via, o tema central da campanha.

Na melhor das hipóteses, para os pró-sindicato, é preciso repensar táticas e melhorar as relações públicas. Na pior, ou para os antissindicatos, é necessário rever a razão de ser dessas entidades. De um jeito ou de outro, há ruído na mensagem.

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Comentários

  1. jose afonso comentou em 08/06/12 at 15:11

    Carlos Drummond Andrade

    A porta da verdade estava aberta,
    mas só deixava passar
    meia pessoa de cada vez.

    Assim não era possível atingir toda a verdade,
    porque a meia pessoa que entrava
    só trazia o perfil de meia verdade.
    E sua segunda metade
    voltava igualmente com meio perfil.
    E os meios perfis não coincidiam.

    Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
    Chegaram ao lugar luminoso
    onde a verdade esplendia seus fogos.
    Era dividida em metades
    diferentes uma da outra.

    Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
    Nenhuma das duas era totalmente bela.
    E carecia optar. Cada um optou conforme
    seu capricho, sua ilusão, sua miopia.

  2. Luiz Vicente de Almeida comentou em 08/06/12 at 4:36

    Curioso é que publicaram uma notícia contra o Obama Bin Laden. Todavia continua proibido falar sobre seus documentos pessoais falsos e sua origem que todos desconhecem. Enquanto isso, esperamos há muito o fim da unicidade sindical no País, resquício da ditadura Vargas até hoje persistente na nossa legislação.

  3. edson comentou em 08/06/12 at 1:52

    Estão corretos no brasil por exemplo sindicatos são um cancer pressionando o tumor dos custos das empresas!! Muitos direitos e poucas obrigações.Assim analisando no geral podem fazer a reforma que quiserem no ocidente se nao se rever a reforma trabalhista continuaremos sendo incompetitivos em relação a china e o brasil então é o super campeão da incompetetividade mundial!! Podem baixar juros, liberar creditos, baixar impostos, ou cortas gastos de governo sem reforma trabalhista não se chegará a lugar algum!!!!

    • Luciana Coelho comentou em 08/06/12 at 14:13

      A estrutura é ineficaz mesmo, mas zero de direitos tampouco parece a melhor saída, Edson. Essas leis nos EUA começaram a ser implantadas para dar ao cidadão a opção de NÃO se sindicalizar, sem ser pressionado. COmo a coisa caminhou, porém, a coisa virou pressão para não se sindicalizar. O interessante é que os dois lados acusam o rival de atentar contra o direito de reunião. Abs.

  4. Joe comentou em 08/06/12 at 0:52

    Bondade sua dizer que a perda da maioria foi punição pela má situação econômica.
    Isso ainda era largamente creditado (ou seria debitado?) ao Bush. Obama e sua turma ainda fazem de tudo para a dificuldade econômica continuar no colo do Bush.

    A perda da maioria foi pela ruindade do Obama mesmo.

    • Luciana Coelho comentou em 08/06/12 at 14:10

      Disse “em parte”. Em parte pela situação econômica, que aumenta o grau de frustração. E em parte com o Obama e o partido, que prometeram e não cumpriram. Troca de “incumbentes” em época de insatisfação aguda é histórica.

  5. Marcos comentou em 07/06/12 at 22:21

    por favor senhora luciana, governador de que estado? estado do norte do pais, que estado é esse?

    • Luciana Coelho comentou em 08/06/12 at 14:00

      Wisconsin, Marcos, está escrito imediatamente abaixo. Mas vou subir a menção, obrigada pelo alerta. Abs,

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