Obama atrá$
10/07/12 00:55WASHINGTON – Não bastasses as más notícias vindas da economia e o impacto delas sobre o bolso – e o voto – do eleitor, a campanha do presidente Barack Obama tem um motivo a mais para se preocupar com cifrões. Em junho, sua arrecadação foi recorde, e ainda assim ficou aquém da do republicano Mitt Romney.
De acordo com dados divulgados pela campanha nesta segunda, Obama levantou US$ 71 milhões (cerca de R$ 142 milhões) no mês passado. “Bravo, isso é impressionante”, escreveu sua campanha no site oficial. Só que Romney conseguiu US$ 106 milhões — exatamente 50% a mais.
O descolamento era esperado com a definição de Romney como candidato republicano, no mês anterior. Com a unificação do partido em torno do nome do ex-governador de Massachusetts, seria mesmo natural que todos os financiadores republicanos focassem nele. Mas 50% é muito.
Com isso, soou o alarme na campanha obamista.
Uma questão a se pensar é se a base de financiamento de Obama, mais calcada nas doações de pequenos valores (até US$ 200) do que de costume, se sustenta com o poder de fascinação do presidente em baixa. Em 2008, o democrata — ou seus estrategistas — foram considerados revolucionários por desenvolverem o modelo capilarizado e internet-centrado.
Neste ano, quase 43% das doações até maio vieram desses pequenos doadores, segundo rastreamento do Centro por uma política responsável. No caso de Romney, apenas 13% teve origem semelhante. Mas bem ou mal a máquina republicana está se provando mais efetiva.
A popularidade de Obama está em 45%, segundo o Gallup; não chega a ser excepcionalmente baixa, mas está longe de deixar o atual ocupante da Casa Branca em situação confortável. Com a economia ainda se debatendo para sair da crise, é natural que o cidadão comum pense duas vezes antes de pôr dinheiro na política.
Enquanto isso, o caixa de Romney segue saudável. Por conta das primárias, seu saldo é menor do que o do rival (US$ 227 milhões contra US$ 326 milhões, mas com o ritmo de captação atual vai acabar passando-o).
Esse dinheiro é crucial na hora de comprar espaço na TV para comerciais de campanha, e comerciais de campanha são fundamentais em Estados-chave. Além disso, os dois candidatos contam com PACs e superPACs (esses últimos, operando numa brecha da legislação eleitoral) para fazerem o trabalho sujo — os comerciais baixarias — por eles. Por ora, Romney conta com mais verba de PACs.
Penso que os WASP estão fazendo o que pode para recuperarem seu Status Quo perdidos na era Bush…
Certamente, trata-se de um caso de tentar manter o status quo, concorde-se ou não.
O grande erro de Obama e de seus estrategistas foi, por uma soberba ideológica, logo após a indicação de Romney, ter contribuído, rapidamente, para a galvanização dos republicanos em torno da candidatura do próprio Romney, já que haviam feridas bem abertas entre os republicanos, dadas as disputas quase fraticidas entre as várias correntes do partido. Mas como os democratas fizeram essa galvanização? Logo após a confirmação de Romney como candidato, Joe Biden forçou Obama a afirmar seu apoio aos homossexuais; demonstraram antipatia à livre iniciativa, na tentativa de criticar o record de Romney na sua vida empresarial; atacaram o estilo de vida conservadora da típica dona de casa republicana que fica em casa cuidando da criação dos filhos, ao dizerem que Ann Romney, esposa, de Romney, não trabalhava e só ficava em casa cuidando dos filhos. E por tudo isso, nós, os conservadores, agradecemos, embora Obama certamente será um candidato extremamente difícil de ser batido.
Professor Emilson Nunes Costa.
Desconsiderar a anterior.
Nossa, galvanizaram mesmo. Mas já existia um sentimento anti-Obama forte o suficiente antes, não? E tenho dúvidas de que o apoio ao casamento gay tenha feito tanto estrago assim. A questão maior aí é a crítica ao enriquecimento do Romney, acabei de fazer um post sobre isso. Só evitaria chamar a Ann Romney de típica, professor. Claro que não há nada de errado em criar cinco filhos. É uma opção, se você pode não trabalhar fora, e já parece ser trabalho suficiente. Mas típica a Ann Romney não é, né.
Luciana,
E verdade que a campanha do candidado republicano Mitt Romney tem arrecadado mais fundos para sua campanha para disputar a elelicao de Novembro do que o atual incumbente da Casa Branca, o senhor Barack Obama. Porem, mesmo com mais fundos, o candidado republicano tem serios problemas em energizar a base mais conervadora do partido.
Recentemente, o famoso periodico “The Wall Street Journal”, considerado pelos especialistas a biblia do capitalismo, criticou duramente Mitt Romney por suas declaracoes a respeito da passagem da lei sobre o seguro saude pela Corte Suprema, tornando o programa governamental constitucional. Programa este, diga-se de passagem baseado no mesmo programa implementado pelo senhor Romney quando era governador de Massachussetts.
Nos chamados estados “swings” Obama leva vantagem porque nao so o desemprego e menor do que a media do pais, mas tambem porque nestes estados onde a industria automobilitica e forte, os trabalhadores sabem que o governo Obama ajudou na recuperacao das companhias e na manutencao de seus empregos.
Oficialmente falando a campanha para presidencia comeca agora. O grande problema de Mitt Romney a meu ver, sera convencer o eleitor medio de que quando ele estava associado a uma grande empresa de investimentos(Bain Capital) seu objetivo era ajudar os EUA a sair da situacao precaria que se encontrava devido a crise monetaria. O presidente Obama e seus assessores vao martelar na tecla que empresas de investimento como as do senhor Romney estavam mais interessadas em manterem o “satus quo” para os 1% da populacao do pais, do que em ajudar o americano medio.
Não sei até que ponto o pouco carisma do Romney pode ser um entrave. A base republicana parece energizada o bastante para votar contra o Obama… E sendo o Romney um sujeito mais equilibrado do que seus ex-rivais de partido, pode chamar eleitores independentes. A questão é que todo mundo parece desestimulado hoje nos EUA, Edson.
Afinal de contas, quando vai começar a campanha propriamente dita, ou seja, quando começarão a discutir os problemas que dizem respeito a economia, política externa, saúde e educação, coisas que estão afetando o cotidiano dos americanos? só estão dando munição para o Tea Party.
Supostamente começou, Otávio. Mas ainda está muito no discruso de palanque. Os debates, que eu acho que são a melhor oportunidade para isso, acontecem só em outubro. Serão 3. Abs.
Acho bom o Romney começar a discutir os problemas do país e as propostas dele logo. Se ele chegar aos debates sem uma boa vantagem sobre o Obama… pode dizer adeus ao Salão Oval.
Imagine o orador arrebatador que o Obama é contra o robótico e desarticulado Romney.
Acho até que está menos robótico, mas você viu ele indo ao Naacp e dizendo que vai acabar com o Obamacare? “Adaptar o discurso”, não tem nenhum marqueteiro para ensinar isso a ele?
Parece que a campanha do Romney acredita que basta deixar o Obama se enrolar e eles faturam a eleição. É o modus operandi das campanhas do PSDB.
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E falando em PSDB, você podia ter dado um refresco pro FHC, né? Ele já é demonizado o suficiente pela petezada.
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O discurso, em nove páginas, deu pouco espaço para o improviso e nenhum para a modéstia. “O inglês é minha quarta língua, tendo a cometer erros atrozes”
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Ele é culto mesmo e todo mundo sabe, qual o problema de fazer um comentário bem humorado que reflita isso?
Poxa, Joe, você leu o discurso todo? Leia e me diga o que você acha. Não é questão de dar refresco. Para parafrasear você: ele é vaidoso mesmo e todo mundo sabe, qual o problema de um comentário bem-humorado? Atendo-se aos fatos, o discurso tem um autoeelogio por parágrafo, e deveria ser uma “aula” — ou assim foi anunciado. Claro que o prêmio é importante, isso está dito. Em contrapartida, FHC deu uma boa entrevista, também publicamos: http://www1.folha.uol.com.br/poder/1118302-fhc-afirma-que-partidos-se-tornaram-apenas-siglas.shtml. Abs.
Eu tinha corrido os olhos. Resolvi ler tudo com atenção agora. Ainda acho seu comentário uma agressão gratuita.
Ele narrou a própria trajetória de acordo com o próprio ponto de vista. Ele não mentiu, não insultou ninguém, não se fez de coitado, não fez uso de falsa modéstia.
Ele sabe muito bem a importância de sua obra e a platéia presente também, não vejo motivo pra ele agir como se tivesse uma importância menor.
Me perdi. Vc está falando do FHC? Joe, o laureado normalmente dá uma aula sobre o tópico de sua obra, não sobre sua obra e seu papel. É isso, ao menos, que está escrito no programa. Eu náo disse que ele mentiu, disse apenas que o discurso não deu espaço à modéstia, só isso. Senso crítico faz bem, quando o Lula viajava à Europa e dava um jeito de só falar de Fome Zero totalmente fora de lugar essa observação também era feita por mim. Não minimizando a importância nem de um, nem de outro. Mas, de verdade, não vou entrar na discussão partidária brasileira, já que não é minha área de cobertura e nem a deste blog. Abs.
Calma, não falei que você acusou ele de nada. Só citei comportamentos comuns dos nossos políticos e que ele não adotou.
Mas a obra do FHC não é justamente aquele ponto de vista sobre países periféricos e seu desenvolvimento sem precisar de revolução socialista?
E depois, quando presidente, ele não buscou governar de acordo com esse ponto de vista?
É que ele não falou do tema da obra, ele falou do que ele fez na vida. Se ele falasse sobre como fez, seria mais interessante.