Paul Ryan, 94% de chance?
11/08/12 01:37WASHINGTON – O republicano Mitt Romney sucumbiu à pressão dos últimos dias e antecipou para este sábado, às 10h05 no horário de Brasília, o anúncio de seu vice na chapa à Casa Branca.
O evento, inicialmente programado para a próxima semana para não disputar atenção com os Jogos Olímpicos de Londres, ocorrerá em Norfolk, sul do disputado Estado da Virgínia, onde o presidente Barack Obama fez campanha no último dia 2.
Na última semana, aumentou a pressão tanto da intelligentsia republicana quanto das alas mais à direita do partido pelo nome do deputado Paul Ryan, de Wisconsin. Presidente da comissão de orçamento da Câmara, ele é o autor da contraproposta de orçamento da oposição.
Na noite desta sexta, a cotação de Ryan disparou no site de apostas políticas online Intrade, indicando chances de 94%, após dias atrás de seus rivais.
Ryan, 42, conseguiria agradar tanto a ala mais radical quanto a mais centrista do partido, além de se dar bem com Romney. Visto como estrela em ascensão, foi ele que deu a resposta republicana ao discurso sobre o Estado da União do presidente no ano passado.
O nome do deputado ganhou pontos nos últimos dias, embora desde o início do processo, em maio, ele fosse visto como finalista.
Outros no páreo final são o senador por Ohio Rob Portman, 56, e o do ex-governador de Minnesotta Tom Pawlenty, 51.
Portman, considerado por analistas ouvidos pela Folha como uma multiplicação das qualidades e defeitos do candidato republicano (“seria chuchu demais na chapa”, disse o comentarista conservador Michael Barone), tem bom trânsito no Congresso, afinidade com o titular e vindo de um Estado decisivo.
Já Pawlenty viu suas chances minguarem nos últimos dias, e para o estatístico do “New York Times” Nate Silver, poderia perder pontos eleitorais pela aprovação ambígua em seu Estado. Por outro lado, Pawlenty foi o primeiro pré-candidato republicano a desistir e apoiar Romney. Suas raízes operárias evangélicas também o ajudariam com duas fatias do eleitorado conservador em que Romney, milionário e mórmon, ainda tem dificuldades de indentificação.
O quarto nome na lista principal é o do senador pela Flórida Marco Rubio, um filho de cubanos americanos de 41 anos bonitão e articulado que apela à cobiçada comunidade latina, tida por muitos como decisiva neste pleito.
Rubio, porém, é menos experiente que seus concorrentes — o que representa para o partido um risco de repetir o episódio Sarah Palin. Além disso, segundo Barone, o senador teve problemas de prestação de contas durante sua gestão no Legislativo estadual.
Correm por fora o governador da Lousiana Bobby Jindall, um descendente de indianos também jovem, carismático e apoiador de Romney de primeira hora, e que tende para a linha do conservadorismo compassivo que agrada aos centristas e independentes; o governador de Nova Jersey Chris Christie, carismático e linha-dura; a senadora por New Hampshire Kelly Ayotte — por ser mulher e ter alta aprovação — e o senador ultraconservador por Dakota do Sul John Thune, além do próprio governador da Virginia, Bob McDonnell.