Depois da vitória
07/11/12 16:25CHICAGO –As previsões se confirmaram, e Barack Obama venceu por uma margem apertada, que reflete um país extremamente dividido em termos políticos, sociais, geográficos e étnicos. Para governar, agora, a palavra de ordem é conciliação.
Foi uma vitória da estratégia mais do que da paixão, calcada em planilhas e mapas mais do que discursos, como um jogo de War. Obama ganhou porque fez uma campanha eficiente e transformou o debate em um julgamento de seu rival, Mitt Romney, e não de seu mandato, como costuma ser em reeleições.
Neste ano, foi mais importante lotar os Estados-pêndulo de comitês e convencer as pessoas a votarem do que convencer o eleitor de que sua proposta era melhor.
Na maior parte do tempo, Romney e Obama se concentraram em assustar o eleitor pintando o rival como uma ameaça (socialista, no caso de Obama, e sem noção do mundo real, do lado de Romney).
A vitória de Obama ontem foi mais motivo de alívio dos que temiam o republicano do que de festa dos que acreditavam no democrata – e seria o mesmo se fosse o contrário.
Mas como conciliar é preciso (é vital), e o presidente já prometeu chamar seu ex-rival para uma conversa.
“Tenha eu merecido ou não o seu voto, eu escutei sua voz. E voltarei à Casa Branca mais inspirado do que nunca”, disse o presidente. Para mim, foi a frase mais importante de seu discurso. Curar feridas é sua missão número 1, a ver se ele se sai bem.
Se mais pálidas, porém, as promessas de Obama foram também mais realistas. A oposição, que precisa seriamente repensar sua rota, também já ensaia alguns acenos.
Os comentários do governador de Nova Jersey, Chris Christie, sobre o presidente pareceram sinceros e mostram que talvez o país esteja batendo no fundo do poço do entrincheiramento político para agora subir de volta à superfície.
Os republicanos vão recolher os cacos e repensar como ampliar seu discurso, como incluir. Não adianta convidar negros e latinos e mulheres e jovens para falar em sua convenção, é preciso falar PARA negros e mulheres e latinos e jovens.
O partido, como mostram as pesquisas de boca de urna, embranquece e envelhece, e isso é complicado em um país onde as minorias crescem.
A tarefa do presidente não é menos difícil. Ele precisa se reinventar num mundo mais rispido sem perder seu prumo, sem perder aquilo que faz de Obama o Obama – a capacidade de inspirar.
No discurso da terça, esse Obama renovado se deixou entrever em alguns momentos, ao acenar pela união, ao prometer ouvir e, ao mesmo tempo, afagar a coalizão de minorias (minorias? as mulheres já são maioria) que o elegeu.
Foi uma eleição doída, uma campanha triste de acompanhar, que deixou marcas negativas dos dois lados.
Mas este parece ser um consenso por aqui. E a existência de um diagnóstico comum já é um ponto de partida para a solução.
Depois da vitória
Note bem o que oObama tem pela frente nos próximos 4 anos;
1. Entitlement Cliff’ Threatens America
Much has been said about the “fiscal cliff” coming at the end of the year, when tax cuts are set to expire and automatic spending cuts begin, but that “pales in comparison” to the “entitlement cliff” looming for the country in coming years, a new report warns.
Entitlement spending is already so high that the cost of all entitlement programs plus interest on the debt is nearly equal to total federal revenue. That means virtually everything else the government does is being paid for with borrowed money, the report from the Institute for Policy Innovation discloses.
Entitlements include Social Security, Medicare, Medicaid, and means-tested welfare programs, plus veteran benefits, unemployment pay, disability pay, and more.
A number of these programs have grown substantially since President Obama took office. Medicaid has grown from 46.9 recipients to 56 million, disability beneficiaries have increased from 7.5 million to 8.8 million, and the food stamp program has grown from 32 million beneficiaries to 47 million.
All told, more than 120 million Americans receive entitlements of some kind, according to the Institute, a Texas-based think tank. Add to that an estimated 16 million new Medicaid beneficiaries resulting from Obamacare, and some 18 million people who enter the health insurance exchanges beginning in 2014.
The bottom line: For fiscal 2012, the federal government spent about $2.2 trillion of its $3.7 trillion budget on entitlement programs, while gross annual revenues stood at $2.6 trillion. Add interest on the federal debt of $220 billion to the entitlement payout, and that leaves less than $200 billion to pay for everything else, including defense, transportation, education, and homeland security. So the government makes up the shortfall by borrowing, or printing, money.
The problem will only get worse in coming years. Since 1980, Medicare and Medicaid have grown at more than 9 percent annually, and an estimated 77 million baby boomers are beginning to retire and collect Social Security.
At the same time, the pool of workers who pay for these programs is not growing. The Tax Policy Center reports that only 53 percent of households now pay both income and payroll taxes.
The Institute observes: “Attempting to collect enough money to sustain this level of entitlement spending will only result in a reduction in work effort, reduced employment opportunities, and more people moving onto entitlements.”
The Institute offers several steps necessary to deal with the growing entitlement problem. One way is to reform entitlements into real safety-net programs that help those most in need and don’t encourage continued reliance on welfare.
Another is to encourage economic growth by lowering personal and corporate income tax rates while eliminating loopholes, and lowering taxes on investment income.
Also, several programs could be transitioned into prefunded personal accounts.
The Institute’s conclusion: “Any solution that maintains the current defined-benefit structure — unless it is for a small number of the poorest Americans — is only postponing the inevitable financial day of reckoning.”
Como fez no termo anterior eu duvido que ele vai ar conta do recado
No EUA sempre existiu uma divisão de poder político meio a meio entre republicanos e democratas…
Afinal, só existem estes dois partidos no EUA, os demais são insignificantes.
Porém, sempre os dois partidos foram democratas liberais defensores de pouca interferência do estado na economia, no EUA o estado nunca foi entendido como “provedor”, cada cidadão sempre teve que cuidar da sua vida econômica por conta própria,.
Ambos os partidos sempre foram nacionalistas, e este sistema se mostrou correto pois o EUA se tornou a melhor nação do mundo.
Hoje essa estrutura que tornou o EUA uma nação livre não existe mais, o PD foi dominado por esquerdistas politicamente corretos que querem “salvar o mundo”, e o PR é agora taxado (pelos esquerdistas) de “conservador”, daqui uns tempos será taxado de fascista e golpista.
O EUA hoje está dividido – ideologicamente – e isto será a desgraça do EUA.
Mas “conservador” não é pejorativo, Franze. O problema é que os dois lados se radicalizaram e se entrincheiraram. Divisão ideológica sempre houve, o que é novo é essa falta de abertura de um lado e de outro de debater um consenso. Sinceramente, tirando os bail-outs para as montadoras, não vejo essa mudança toda na questão da interferência do Estado. Obama está mais à esquerda que Clinton, mas todo o espectro ´político dos EUA está mais aà direita do que o Europeu ou o latino (não julgando o que é melhor). Abs.
Luciana, passada as eleições, e já mirando em 2016, não sei se os republicanos aproveitarão este espaço de tempo até alá, para promover alguma renovação em seus quadros, se assim fosse, uma nova estrela teria sido apresentada na convenção do partido, assim como aconteceu na convenção do partido democrata que apresentou Julian Castro, não que ele possa ser o candidato daqui a quatro anos mas já representa um bom sinal. No momento, na lado democrata, o nome mais forte é Hilary Clinton, com certeza, outros nomes surgirão. Do lado republicano, tenho minhas dúvidas se restou espaço para o conservadorismo extremado de Sara Palin. Acho que os republicanos ainda irão de Jeb Bush, Marc Rubio e Cris Christie.
Puxa, Otávio, escrevi exatamente isso na Folha de ontem — mas só do lado republicano. Acho que o espaço para a Palin e o Ryan diminuíram. O con servadorismo teria de vir revestido de mais compaixão, como no caso do Christie. Olha aqui o texto: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/77373-republicanos-abrem-corrida-para-2016.shtml . Abs!
Pois eh, Luciana; 6 bilhoes de dolares para ficar tudo na mesma; senado democrata, camara republicana… Os democratas ganharam porque Obama eh, de longe, mais culto e inteligente do que o “gerente” Romney, o qual, nao se pode negar, eh um homem decente, mas nada alem disso: decente e bom gerente. O pais precisa muito mais do que isso. Eh uma pena que o GOP nao tenha nada melhor a oferecer para seus eleitores. A concorrencia faz bem e, eh indispensavel. Obama, inteligente, percebeu que, mesmo presidindo a pior crise da historia do pais, podia vencer Romney e, entrou com o peh mole na bola, no primeiro debate. Viu que era preciso apressar um pouco o passo e, no segundo e no terceiro debate, resolveu decidir a fatura. Nao teve adversario a altura do grande politico, que eh; inteligente, sensivel as necessidades do povo; amassou barro vida afora e, nao foi criado em berco esplendido como Romney. Conheceu a vida, na Indonesia, no Havai e em Chicago… fala com o coracao. Infelizmente, tem ai um congresso que nao ajuda. E, este eh agora o ponto: Melhor que deixem as picuinhas de lado e que, trabalhem pelo pais… os recursos americanos sao imensos mas, sao finitos… Abraco!
Oi Bosco! Concordo com a maior parte da sua análise. Eu acho que a disputa de 2016 vai ser mais interessante do que esta, porque aí acredito que o GOP vai trabalhar para apresentar o seu melhor. Já tem gente falando em Hillay x Jeb Bush… O Jeb tem o ônus do sobrenome, mas é uma das pessoas mais preparadas e razoáveis do partido. Sobre o paroquialismo da eleição americana… nossa, eu fiquei impressionada. Acho que as eleições, com essa coisa de planejamento em campo, estão perdendo um pouco da graça. Abs!
O GOP precisa tomar um choque de realidade, rapidamente. O partido esta tomado por um bando de hipocritas obtusos. Fossem, ao menos, inteligentes mas, ninguem com um minimo de inteligencia opta pelo GOP. Os atuais integrantes constituem massa de manobra dos grandes grupos, financeiros principalmente, industriais e religiosos, do pais. Esse exercito de Brancaleone, manobrado pelos “generais” daqueles grupos, eh enviado ao sacrificio a cada quatro anos… Perderam cadeiras em ambas as casas, mesmo tendo como aliada a pior crise financeira destes ultimos cem anos. Vao perder mais, enquanto tiverem como paladinos o pessoal da Fox e assemelhados. Sinceramente, faz-me pena o GOP. Ele nao merece estes caras…
Sendo do partido Independente devo dizer que o nome Bush assusta muitos que têm a idéia de votar. Tanto George Sr. e Jr. não foram muito bem como Presidente dos EUA. Não creio que Jeb foi um péssimo Governador do estado da Florida.
Quanto a Hillary o trabalho dela como “Secretary of State” foi nulo ou quase nada. Lendo sobre Hillary em “site” sobre o seu procedimento como 1° Dama no estado do Arkansas e na Presidência da República dos EUA deixa muito a desejar as suas atitudes em relação ao pessoal que trabalhavam no setor da “Segurança”. Usava palavras que não se dizem em jogo de carteado em qualquer favela do mundo. Eu tenho o “site” mais ficaria envergonhado de passar neste comentário.
Se referindo ao título do blog “Depois da vitória” eu acrescentaria “3 DIAS Depois da vitória” é que o publico ficou sabendo dos amores de O general David Petraeus, ex-diretor da CIA.
Este militar foi investigado desde o ano passado pelo o FBI, depois veio o fiasco da Embaixada dos EUA na Líbia, mas tudo foi ABAFADO para depois das eleições.
É incrível como Eric Holder Attorney General do EUA NADA SABIA, e como o general esperou após as eleições para pedir demissão( eu creio que forçada por Obama).
Por outro lado o FBI nunca se pronunciou ANTES das eleições sobre o caso.
Quanto ao general David Petraeus resta somente o velho “quote” de Grouxo Marx:
Behind every successful man is a woman, behind her is his wife.
Groucho Marx
Bem como outro que cabe bem ao caso:
Military intelligence is a contradiction in terms.
Groucho Marx
Depois vão dizer que os Republicanos estão atrás do Democratas apontando tudo que acontece, mas com Didi, Mussum e outros “TRAPALHÕES” governando os EUA até eu que sou Independente sou contra.