Eleição nos EUAEleição nos EUA http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br Decisão em tempos de crise Mon, 18 Nov 2013 13:26:56 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 De mudança http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/2012/11/26/despedida-2/ http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/2012/11/26/despedida-2/#comments Mon, 26 Nov 2012 05:30:22 +0000 http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/?p=1028 Continue lendo →]]> WASHINGTON – Aos leitores que acompanharam o blog durante os últimos meses, um muitíssimo obrigada pela companhia, pelos insights, pelos comentários, pelas críticas, pelas sugestões, pelos elogios e, principalmente, pelo debate instigante que vocês mantiveram aqui.

Problemas técnicos me impediram de postar esta despedida durante minha semana de folga, mas eu não podia encerrar o blog sem ela (com a eleição terminada, não faria muito sentido mais manter este espaço sob o nome “Eleição nos EUA”).

Um abraço especial ao Bosco, ao Joe, ao professor Emilson, ao Edson, ao Otávio, ao Franze e ao Jack in the Box por manterem as ideias sempre vivas por aqui. A todos mais que enviaram comentários inspirados: é um prazer ter leitores como vocês..

Um novo projeto está engatilhado e entrará no ar muito em breve. Convido os que se interessam por política e cultura americana a continuar aqui, comentando e trocando ideias sobre o segundo mandato de Obama e os rumos dos EUA pós (pós?) crise.

Voltem para conhecer o Americana: http://americana.blogfolha.uol.com.br/

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Depois da vitória http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/2012/11/07/depois-da-vitoria/ http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/2012/11/07/depois-da-vitoria/#comments Wed, 07 Nov 2012 18:25:01 +0000 http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/?p=1016 Continue lendo →]]>

Obama aplaude seu exército de voluntários na noite de terça, sem os quais vitória seria impossível (Reuters)

CHICAGO –As previsões se confirmaram, e Barack Obama venceu por uma margem apertada, que reflete um país extremamente dividido em termos políticos, sociais, geográficos e étnicos. Para governar, agora, a palavra de ordem é conciliação.

Foi uma vitória da estratégia mais do que da paixão, calcada em planilhas e mapas mais do que discursos, como um jogo de War. Obama ganhou porque fez uma campanha eficiente e transformou o debate em um julgamento de seu rival, Mitt Romney, e não de seu mandato, como costuma ser em reeleições.

Neste ano, foi mais importante lotar os Estados-pêndulo de comitês e convencer as pessoas a votarem do que convencer o eleitor de que sua proposta era melhor.

Na maior parte do tempo, Romney e Obama se concentraram em assustar o eleitor pintando o rival como uma ameaça (socialista, no caso de Obama, e sem noção do mundo real, do lado de Romney).

A vitória de Obama ontem foi mais motivo de alívio dos que temiam o republicano do que de festa dos que acreditavam no democrata – e seria o mesmo se fosse o contrário.

Mas como conciliar é preciso (é vital), e o presidente já prometeu chamar seu ex-rival para uma conversa.

“Tenha eu merecido ou não o seu voto, eu escutei sua voz. E voltarei à Casa Branca mais inspirado do que nunca”, disse o presidente. Para mim, foi a frase mais importante de seu discurso. Curar feridas é sua missão número 1, a ver se ele se sai bem.

Se mais pálidas, porém, as promessas de Obama foram também mais realistas. A oposição, que precisa seriamente repensar sua rota, também já ensaia alguns acenos.

Os comentários do governador de Nova Jersey, Chris Christie, sobre o presidente pareceram sinceros e mostram que talvez o país esteja batendo no fundo do poço do entrincheiramento político para agora subir de volta à superfície.

Os republicanos vão recolher os cacos e repensar como ampliar seu discurso, como incluir. Não adianta convidar negros e latinos e mulheres e jovens para falar em sua convenção, é preciso falar PARA negros e mulheres e latinos e jovens.

O partido, como mostram as pesquisas de boca de urna, embranquece e envelhece, e isso é complicado em um país onde as minorias crescem.

A tarefa do presidente não é menos difícil. Ele precisa se reinventar num mundo mais rispido sem perder seu prumo, sem perder aquilo que faz de Obama o Obama – a capacidade de inspirar.

No discurso da terça, esse Obama renovado se deixou entrever em alguns momentos, ao acenar pela união, ao prometer ouvir e, ao mesmo tempo, afagar a coalizão de minorias (minorias? as mulheres já são maioria) que o elegeu.

Foi uma eleição doída, uma campanha triste de acompanhar, que deixou marcas negativas dos dois lados.

Mas este parece ser um consenso por aqui. E a existência de um diagnóstico comum já é um ponto de partida para a solução.

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O último dia http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/2012/11/06/o-ultimo-dia/ http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/2012/11/06/o-ultimo-dia/#respond Tue, 06 Nov 2012 08:30:09 +0000 http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/?p=1011 Continue lendo →]]> CHICAGO – Com as pesquisas rigorosamente empatadas entre Barack Obama e Mitt Romney, o número mais importante para se observar nesta terça-feira, quando os americanos forem às urnas escolher seu presidente, é o índice de comparecimento.

O voto nos EUA não é obrigatório, e o dia da eleição (sempre a primeira terça-feira do mês, ou a segunda, se a primeira terça for dia 1) é dia útil. Ninguém tem folga. É preciso estar muito empolgado para ir às urnas, sobretudo se você é funcionário de uma fábrica, ou um terceirizado que ganha por hora.

Por isso, os candidatos levaram o ritmo intenso de campanha até o último minuto,conclamando voluntários a telefonarem para eleitores e convencerem o povo a votar, desdobrando-se para estarem em três ou quatro Estados por dia e acionando cabos eleitorais de luxo como Bill Clinton, do lado democrata, e Condoleezza Rice, do republicano.

Não espanta que no fim do dia de ontem tanto Obama quanto Romney estivessem completamente roucos.

A média de pesquisas do Real Clear Politics dava na manhã de hoje a Obama uma margem de 0,7 ponto percentual — que evoca imediatamente a de 2000 Bush X Gore, quando a diferença de votos foi de 0,5 ponto percenual. Não é o suficiente para apostar na vitória do presidente.

Obama também contava com ligeira vantagem no complexo sistema do Colégio Eleitoral — a votação nos EUA não é direta; ela ocorre individualmente em cada Estado, e depois esses Estados enviam representantes a um colégio eleitoral para votarem de acordo com o vencedor local. Por causa disso, a disputa em si acaba reduzida a um punhado de Estados indecisos.

Neste ano, são Ohio, Flórida, Virgínia, Nevada, Colorado, Iowa, Wisconsin e New Hampshire, e Obama, até as últimas pesquisas, aparecia à frente em sete deles, embora sempre dentro da margem de erro (a exceção era a Flórida).

O problema é que pesquisa, nos EUA, é um negócio pouco confiável. Não dá para ter certeza de quem vai de fato votar, e um surto de empolgação ou uma desanimada geral na reta final podem fazer muita diferença a favor de um candidato ou de outro.

“Esta vai ser uma eleição decidida pelo comparecimento. Com o nível atual de polarização, muito pouca gente vai mudar de ideia de um candidato para outro. Mas as pessoas podem desistir de votar. Por isso que a votação antecipada é tão importante”, me disse ontem Paul Green, um veterano cientista político e observador da política nacional aqui de Chicago.

Segundo Green, três variáveis especialmente importantes nesta terça-feira:

“A primeira é o voto hispânico — 2008 foi a primeira vez nos EUA que menos de 75% eram brancos caucasianos, e nesta eleição isso pode cair para 72%. Há claramente uma divisão racial nos votos [Obama é preferido pelas minorias], a questão é quantos vão de fato votar” afirmou.

“A outra coisa é o voto jovem. O percentual de gente votando em 2004 oara 2008 subiu apenas um ponto percentual. Mas esta é a única faixa demográfica na qual Obama tem mais de 60% — então a questão é se vão votar e se vão, de novo, votar majoritariamente em Obama.”

E continua: “A terceira questão é quem você culpa pela crise. Em quem, com essa propaganda toda, as pessoas vão acreditar – e a campanha de Obama foi genial em fazer desta eleição um referendo sobre Romney, e não sobre seu governo”.

A campanha aqui foi uma das mais negativas das últimas duas décadas (2004 talvez seja uma concorrente acirrada), e a propaganda contra um lado e outro parece ter surtido efeito.

“Você acha que as campanhas teriam gasto esse dinheiro todo com esses anúncios se eles não fossem eficazes?”, pergunta retoricamente o cientista político. Os especialistas de plantão adoram dizer que a campanha suja desmotiva, mas, neste ano, com os dois lados tão entrincheirados, ela parece ter alimentado ódios e incitado a votar contra.

É triste, mas, seja quem for o vencedor neste ano, será uma vitória pequena, rejeitada por metade da população, conquistada à base de uma campanha que alimentou o medo  e amparada muito mais em tática política do que em ideias.

Acho difícil fazre apostas, pois as vantagens são tão apertadas que podem se dissipar facimente em qualquer erro das pesquisas. Mas, por ora, Obama sai na frente. Em todo o caso, ontem, as duas campanhas já armavam suas festas da vitória.

Funcionários preparam o centro de convenções em Chicago onde Obama espera fazer sua festa da vitória; o local é menor e menos popular do que o parque que lhe serviu de palco em 2008

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Ativismo bilionário http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/2012/11/02/ativismo-bilionario/ http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/2012/11/02/ativismo-bilionario/#comments Sat, 03 Nov 2012 00:26:53 +0000 http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/?p=1003 Continue lendo →]]> WASHINGTON – Thomas Peterffy nasceu na Hungria durante a Segunda Guerra, em 1944, e emigrou para os EUA aos 12 anos. Hoje, vive em Connecticut, tem uma empresa de investimentos no mercado de opções e é o 77o. homem mais rico do país, segundo a tradicional lista darevista Forbes.

Sua fortuna é estimada em US$ 5,4 bilhões.

Por que eu estou falando de Peterffy? Porque ele é o lado menos pop de um movimento ativista bilionários-power que têm em suas figuras máximas Donald Trump, do lado republicano, e Warren Buffet, do democrata. Entre PACs, SuperPACs e doações insondáveis de campanha viabilizadas graças à polêmica decisão da Suprema Corte no caso Citzens United em 2010, os muito ricos têm se feito ouvir nesta campanha. E bem alto.

Na última segunda, quando eu estava retida em Chicago por conta do furacão Sandy e passei o dia exposta à programação da CNN, reparei que Peterffy havia comprado espaço em TODOS os intervalos comerciais da emissora para passar um filmete no qual pragueja contra os males do socialismo e alega que os EUA, conduzidos por Barack Obama, tomam o mesmo rumo sinisstro que sua Hungria natal.

“No socialismo, os ricos são mais pobres, mas os pobres também são mais pobres”, diz ele no filme.

A exibição exaustiva em Chicago — o berço político de Obama obviamente é obamista — se justifica porque Illinois compartilha o mesmo mercado de TV de Wisconsin, um Estado-pêndulo, um dos nove que decidirão a eleição desta terça. Voltando a Washington, que faz parte do mercado de propaganda televisiva da igualmente decisiva Virgínia, lá estava Peterffy a assombrar outra vez a TV.

Em uma entrevista separada para a CNN, o bilionário disse que esperava gastar entre US$ 5 milhões e US$ 10 milhões com a empreitada, que se estenderia à Flórida e a Ohio, e adentraria por intervalos de outros canais noticiosos, como a Bloomberg e a CNBC.

Fiquei pensando no curioso caso do investidor húngaro comparado ao nosso sistema brasileiro, onde empresas e empresários costumam mostrar igual apreço pelos dois lados do espectro político e é difícil imaginar um Eike Batista comprando espaço na TV para criticar um candidato tucano ou petista.

Mas esta é a vibrante democracia americana, onde todos têm direito a uma voz. Se tiverem uns milhõezinhos sobrando, essa voz se fará ouvir de novo… de novo… de novo…

(abaixo, o anúncio de Peterffy, “Liberdade para ter Sucesso”

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Carona eleitoral http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/2012/11/01/carona-eleitoral/ http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/2012/11/01/carona-eleitoral/#comments Thu, 01 Nov 2012 16:21:42 +0000 http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/?p=1000 Continue lendo →]]>

E-mail da camanha obamista pede voluntários na Virgínia

WASHINGTON – De volta à capital quando os voos atrasados pelo país por conta do furcão Sandy, que passou levinho por aqui mais pegou pesado em Nova York, Nova Jersey e Delaware, começam a se normalizar, o assunto “campanha presidencial” volta à tona, após três dias de quase esquecimento.

E as pesquisas continuam iguais a antes.

Analistas e especialistas em pesquisas — são tantas, tão expressas — se desdobram para estimar o efeito do furacão sobre a votação. Bom, normalmente, tragédias assim tendem a deixar isolados ou devastados lugares mais pobres, e os mais pobres, ao menos nesse ciclo eleitoral, tendem a votar em Barack Obama (no Pew, é larga a vantagem do presidente na classe baixa e média-baixa, que soma até US$ 4.166 ao mês em renda familiar).

O padrão do Sandy não foi exatamente esse — ele atingiu lugares relativamente “ricos”. Além disso, Nova York e Delaware são Estados ultrademocratas, e Nova Jersey também costuma dar uma margem confortável para o partido.

O que o Sandy fez foi congelar o empate — provavelmente até o dia da eleição, na próxima terça — após três dias de campanha adiada e a suspender temporariamente a troca de ataques entre os candidatos, que não cai bem em um momento assim (na verdade, acho que não cai bem nunca). Até espaço para o republicano Chris Christie, que governa Nova Jersey, elogiar Obama teve.

E as últimas pesquisas continuam emboladas. A do “New York Times” na quarta colocou Obama à frente nos três Estados mais importantes entre os que decidem a eleição — Ohio (5 pontos), Virgínia (2 pontos) e Flórida (1 ponto). A campanha democrata vibrou.

Mas a confusão é tamanha que, na média de levantamentos do Real Clear Politics, é o republicano quem aparece na frente na Flórida, e na Virgínia há empate numérico. Claro, é tudo empate técnico, e qualquer um dos dois pode ser declarado vencedor na quarta que vem (sim, não acho que as bocas de urna vão vir com clareza suficiente para cortar o suspense).

Com isso, o desespero maior dos partidos é assegurar que seus eleitores votem. Eu estou inscrita nos sites de campanha de Obama e de Romney como se fosse uma eleitora de Washington, e ontem mesmo a campaha democrata já começou a disparar emails apelativos pedindo que seus eleitores se desloquem até a Virgínia para fazer campanha de porta em porta.

Uns dias atrás, um amigo que vive em Chicago contou que, em 2008, passou o dia no vizinho Estado de Indiana — naquela eleição, um Estado-pêndulo — levando eleitor para votar. Com Illinois definifo, o negócio era fazer mais eleitores democratas chegarem às urnas onde a decisão era mais acirrada.

Por aqui, tudo isso é legal — mais do que isso, é crucial, contando que o voto não é obrigatório.

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Sobre os efeitos mais duradouros do furacão no debate político, recomendo a leitura da excelente coluna do querido Clóvis Rossi na Folha de hoje, aqui.

 

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Final com emoção http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/2012/10/29/final-com-emocao/ http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/2012/10/29/final-com-emocao/#comments Mon, 29 Oct 2012 17:37:03 +0000 http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/?p=996 Continue lendo →]]>  

A imagem da Nasa mostra o furacão Sandy na costa americana, mas também poderia ser a das pesquisas eleitorais

CHICAGO – O furacão Sandy, que chega nesta segunda à costa nordeste americana, já está sendo tratado como a “surpresa de outubro” desta eleição (aquele fator estrambólico que pode mudar o jogo nos minutos finais).

O curioso é que com as pesquisas empatadas e a campanha congelada diante do caos trazido pelo furacão,  uma disputa que em sua grande parte foi sem graça, na qual os eleitores parecem mais empolgados em não deixar “o outro” ganhar do que em votar em seu próprio candidato, chega ao seus minutos finais com mais emoção do que a dos últimos 12 anos.

A essa altura, faltando oito dias para a votação, o democrata Barack Obama e o republicano Mitt Romney estão empatados nas pesquisas. Em 2008, Obama tinha quase oito pontos de vantagem.

O presidente parece ligeiramente melhor nos Estados-pêndulo, que acabam decidindo de fato o vencedor por conta do intrincado sistema eleitoral americano, no qual a votação popular remete a um segundo processo, este no Colégio Eleitoral.

Enquanto Romney aparece à frente em dois destes nove Estados, Obama aparece em cinco, e outros dois estão empatados. Mas em nenhum deles a vantagem escapa da margem de erro, o que torna praticamente impossível cravar apostas.

Para complicar o quadro, as duas campanhas estão plenamente convencidas de que podem vencer e planejavam uma arrancada de esforços em campo para esta semana.

Eu visitei o quartel-general da campanha Obamista (o texto, publicado domingo na Folha, está aqui, para quem quiser ler: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1176517-qg-de-obama-em-chicago-abriga-400-em-ritmo-frenetico-na-reta-final-de-campanha.shtml).

Quase metade dos funcionários, estagiários e voluntários lá já foram enviados para os Estados, para bater nas portas e fazer ligações convencendo os americanos a irem votar. A operação obamista, só nos Estados decisivos, montou 596 comitês, contra 220 da romnista.

O problema é que o furacão ameaça parar tudo. Obama e Romney cancelaram compromissos entre domingo e terça, de olho numa eventual calamidade. O presidente foi supervisionar a agência de serviços de emergência dos EUA, enquanto seu rival republicano enviou emails pedindo para que a população se abasteça, ajude os vizinhos e doe dinheiro ou horas de trabalho para a Cruz Vermelha.

O cálculo democrata envolve também estimular os eleitores a votarem antecipadamente (para não correrem o risco de um eventual desânimo na reta final acabar lhes tirando votos, já que ir às urnas não é obrigatório por aqui). Nos próximos dias, porém, essa conta deve ser prejudicada pelas fortes tempestades.

O site de apostas políticas Intrade dá 61% de chance para Obama ganhar e 39% para Romney (lembremos que ele dava 85% a 15% um mês atrás). O estatístico Nate Silver dá 75% a 25%, por causa dos Estados-pêndulo. Pessoalmente, acho que aposta, a essa altura, é jogar dinheiro pelo ralo (ou pela enxurrada).

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Debate dos sete erros http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/2012/10/23/debate-dos-sete-erros/ http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/2012/10/23/debate-dos-sete-erros/#comments Wed, 24 Oct 2012 00:24:21 +0000 http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/?p=992 Continue lendo →]]>

Cenas de um debate: políticos e representantes dos dois partidos ficam aà disposição de jornalistas no centro de mídia para darem sua versão do debate e influenciarem a cobertura

WASHINGTON – As pesquisas indicaram que o presidente Barack Obama venceu o debate sobre política externa (a margem varia conforme o instituto), e que Mitt Romney teve um desempenho passável.

Como eu não acho que esse debate fará muita diferença no resultado eleitoral a favor de um nem de outro, até porque o eleitorado americano se mostra pouco interessado em política externa, vou pular a parte sobre consequências do debate.

Algumas coisas, porém, me chamaram a atenção durante a cobertura, a ver se os leitores concordam.

1)    No fim, a substância do debate vale menos do que o teatro que ele representa, e na noite de segunda o presidente estava mais confortável do que seu oponente. De qualquer forma, a performance de Romney não foi o desastre, em termos de estilo, que foi a de Obama no primeiro confronto;

2)    Humor vale muito, sobretudo em TV. Se Romney se mostrou inspirado no primeiro debate, neste terceiro foi a vez de Obama. Acho que foi na medida. Sim, é deprimente que estejamos falando de humor em um debate presidencial, mas é notório que ele tenha sido uma tática dos dois candidatos (nenhum dos deles, aliás, conhecido pela verve cômica);

3)    Romney está precisando de lições de geografia. Dizer que a Síria oferece ao Irã saída para o mar (alô, governador, golfo *PÉRSICO*) ou que indiciará o iranianos Mahmoud Ahmadinejad por genocídio (onde mesmo? no tribunal penal internacional, dos quais os EUA não são signatários?) foi um pouco além da conta;

4)    Ninguém sabe o que fazer com o Irã. Nenhum dos dois candidatos quer guerra, mas os dois não descartam a hipótese se a situação apertar; ambos defendem sanções mais duras (elas estão endurecendo gradualmente e alguns efeitos se fazem ver, mas o regime dos aiatolás não parece seriamente abalados); e nenhum deles cogita reformular as negociações com Teerã. Ao mesmo tempo, Obama e Romney repetem que não deixarão o país ter a bomba. Uma salada;

5)    Israel é sempre o maior aliado. Obama pode ter andado às turras com Bibi Netanyahu, mas ele e Romney disputaram pau a pau para ver quem adulava mais Israel. A influência do lobby judaico é de fato impressionante, e tanto o presidente quanto o ex-governador têm judeus entre seus maiores doadores de campanha (o dono de estúdio Jeffrey Katzemberg do lado obamista; o dono de cassino Sheldon Adelson do lado romnista). Na pesquisa de religiões do respeitado centro Pew contabiliza 2% de judeus na população americana. É o mesmo percentual de mórmons (o Censo não afere religião);

6)    O mundo americano é circunscrito ao Oriente Médio / Ásia Central (Afeganistão-Paquistão), com um fantasma chinês pairando em cima. Crise na Europa? Nada. Tirando a breve menção à Rússia, o continente foi esquecido no debate. A Índia foi ignorada. O extremo oriente — com exceção da China — não está no mapa dos candidatos. E a América Latina só foi brevemente lembrada duas vezes, e só por Romney, como mercado consumidor. É pouco;

7)   Tão diferentes e tão iguais. Não duvido que, na prática, o mundo veja — e sinta — de forma diferente um governo Obama e um governo Romney (e aí você escolhe seu favorito como o mais capaz). Mas que as propostas apresentadas pelos dois são parecidas demais em quase todos os temas, são. Obama, apesar de seu Nobel, não é tão  ]pacífico assim; e Romney, que acusa o presidente de falhar, ainda não conseguiu sugerir um caminho diferente, limitando-se a dizer, na maioria dos assuntos, que “faria melhor”. Só não disse como.

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O mundo e a paróquia http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/2012/10/22/o-mundo-e-a-paroquia/ http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/2012/10/22/o-mundo-e-a-paroquia/#comments Mon, 22 Oct 2012 17:52:11 +0000 http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/?p=988 Continue lendo →]]>

Candidatos travam na Flórida o último confronto retórico: daqui por diante, o que vale é palanque e batida na porta (AFP/Getty Images)

BOCA RATON, FLÓRIDA – É o último debate entre Mitt Romney e Barack Obama, faltando apenas 15 dias para a eleição, e quase todas as pesquisas estão empatadas tecnicamente (o Gallup põe Romney à frente).

Mas ao contrário dos confrontos em Denver (quando Romney acabou com a vantagem de Obama nas pesquisas e assumiu a posição de quem está em alta), e Hempstead (no qual Obama estancou o sprint do republicano sem contudo revertê-lo), é altamente improvável que o debate de hoje sacuda as pesquisas.

Segundo aferiu o Gallup em setembro, apenas 1% do eleitorado consideram a política externa uma prioridade — ou melhor, o terrorismo e as ameaças de segurança, porque outras questões internacionais nem sequer pontuam. Uma ressaca após a década do 11 de Setembro, na qual o tema piscava como um alerta constante na cabeça do público.

Outra coisa que reduz o efeito do debate é que os dois candidatos tem agendas mais parecidas do que gostam de admitir. Romney adora critica Obama sobre o Irã ao mesmo tempo que promete aplicar sanções rígidas sobre Teerã — exatamente o que o democrata faz, com algum efeito. A diferença ficaria no campo hipotético: caso Israel decida atacar o Irã, é mais provável que o republicano mostre entusiasmo no primeiro momento, embora seja difícil acreditar que o democrata não tome partido israelense.

China? Romney afirma que não permitirá que Pequim manipule sua moeda e seja desleal no cenário comercial. Obama abriu mais de uma dúzia de processos contra os chineses na Organização Mundial do Comércio. Síria? Romney critica a passividade de Obama, mas não chega a defender uma intervenção direta nem explica o que fazer de diferente. América Latina? É vista como mercado e parceiro comercial por ambos, que se preocupam também com a crescente ameaça do narcotráfico mexicano (Cuba e Venezuela são apostos retóricos em ambas as plataformas).

Romney, claro, pode atacar Obama pela desastrada reação ao assassinato do embaixador americana Chris Stevens na Líbia. Mas o caso já foi tão repisado, e Romney foi tão mal em articular a acusação no debate anterior, mesmo tendo vários elementos para isso, que é difícil esperar que esse embate mude a opinião de algum eleitor.

A verdade é que, diferentemente da economia e de outros temas domésticos, em política externa Romney tem um espaço muito limitado para criticar Obama pelo que ele prometeu e não cumpriu (fechar Guantánamo?) ou pelo que decepcionou parte de eleitores (matar Osama bin Laden extrajudicialmente, encher a fronteira do Afeganistão e do Paquistão de drones que matam civis). Afinal, são políticas defendidas no campo republicano.

A tão válida discussão do “estamos melhores do que há quatro anos?” em temas domésticos termina com um lacônico “sim” no campo internacional. Bin Laden não está mais lá, o ataque na Líbia foi o único a um alvo americano nos últimos anos, o Irã não está domado mas sente o peso das sanções em uma moeda cujo valor despenca, a Guerra do Iraque acabou e a do Afeganistão está perto de (sabe-se lá para qual legado).

A imagem americana, embora não ande uma maravilha, é melhor do que era sob George W. Bush.

Mas nada disso também é revolucionário para alavancar o presidente a essa altura.

Por isso, a expectativa (a minha) é que o cenário em 6 de novembro esteja tão embolado como agora, independentemente do último debate. O que vai valer, no fim, é a campanha porta a porta nos Estados pêndulos, os comerciais nas TVs regionais, as visitas de cada candidato a esses locais-chave (e as agendas já estão coalhadas delas). E a multiplicação das ferramentas de comunicação levou a campanha para uma microescala surrealista.

Sim, porque o sistema eleitoral americano é bizarro, sem votação direta — o presidente é escolhido por um Colégio Eleitoral formado por grupos de representantes de cada Estado, que variam em tamanho conforme o peso da população local e votam em bloco no nome que seu eleitorado escolheu. E o voto não é obrigatório, o que acrescenta para as campanhas o desafio extra de motivar sua própria base.

Diante disso, e do cenário mais embolado desde 2000, o próximo presidente dos EUA não precisa de uma grande plataforma (coisa que nem Barack Obama nem Mitt Romney, aliás, têm). O que ele precisa é da capacidade de conjugar  centenas de microcampanhas locais, com sotaques, prioridades e decibeis distintos o suficiente para que cada eleitor acredite que sua necessidade “de bairro” será levada em conta.

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Resenhando fichários http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/2012/10/19/resenhando-ficharios/ http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/2012/10/19/resenhando-ficharios/#comments Fri, 19 Oct 2012 18:05:02 +0000 http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/?p=984 Continue lendo →]]>

WASHINGTON – Internautas criativões se aferraram ao comentário de Mitt Romney no último debate de que recebeu um “fichário cheio de mulheres” de seus assessores após pedir currículos femininos para diversificar seu quadro de funcionários e atacaram uma página da Amazon vendendo um fichário escolar para postar “resenhas” da pasta como se ela de fato prendesse mulheres.

São, até a tarde desta sexta, 955 resenhas, algumas com 11 mil leitores.

Pessoalmente não achei tão grave o comentário dos fichários — Romney tinha uma vice-governadora e outras mulheres em seu gabinete em Massachusetts, embora tenha lhe faltado executivas na consultoria Bain. O que me incomodou  foi ele descrever a busca por mulheres qualificadas como algo difícil, e emendar que os empregadores tinham que ser flexíveis porque mulheres precisam pegar as crianças na escola e fazer o jantar.

Bom, até onde eu sei homens também têm capacidade motora e intelectual para as duas tarefas. Essa flexibilidade dos empregadores, ao contrário do que Romney falou, não é necessária só para a ala feminina — ela é necessária para todo mundo que tem crianças pequenas. Nos relacionamentos mais saudáveis que eu conheço os dois lados do casal se revezam nas tarefas.

(E antes que alguém chie: não, eu não acho que haja algo errado com Ann Romney — nem com qualquer mulher que queira e possa — ter deixado de trabalharfora para criar os filhos. Ainda mais cinco. Foi a escolha dela. Errado para mim é prederteminar quais tarefas cabem à mulher, sejam em casa ou fora dela.)

Independentemente de sua posição, vale ler as resenhas da Amazon, algumas das quais são muito engraçadas, desarmado. Uma amostra:

“Como mulher e mãe, AMO este fichário. Ele me mantém no meu lugar, me permite que eu sirva o jantar na hora E custa apenas 72% da versão masculina. Algumas pessoas podem achar que isso é sexis, mas, pff, eu não estou prendendo meu pé aqui, só meu cérebro. Bônus, se você se sentar direitinho, ele pode funcionar como anticoncepcional” — LeebBo, da Carolina do Norte

“Talvez sejam só as minhas mulheres, mas elas não entram no espaço que eu separei para elas no fichário. Estão caindo pelas beiradas e até escapando. Achei que usar protetores de página transparentes, no estilo telhado-de-vidro, ajudaria, mas isso não as segura mais. Acho que vou ter de mudar para o fichário ‘Prenda-a e mantenha-a” – Sabriel

“Para quem estiver pensando em comprar este fichário com base nas resenhas, preciso notificar uma omissão: embora seja multifuncional, ELE NÃO VEM COM MULHERES. Presume-se que a pessoa tenha de achar suas mulheres sozinho, ou contar grupos femininos supostamente ansiosos para encher seu fichário” – PenName220

“Eu ia dar uma estrelinha só para esse fichário, porque eu sou fortinha e só consegui espremer 53% de mim dentro dele. Mas aí decidi não me importar com os outros 47%” – Kefsmom

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Para a notícia séria do dia, conversei com um assessor da campanha de Romney, que me contou quais são os planos do candidato para o Brasil e a América Latina caso ele se eleja. Não, em geral, grandes planos de mudança – mais um foco maior no comércio. O texto, publicado hoje na Folha, está aqui: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1171602-se-vencer-romney-deve-pedir-ao-brasil-que-reveja-relacao-com-ira.shtml.

Bom fim de semana.

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De volta à estaca zero http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/2012/10/17/de-volta-a-estaca-zero/ http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/2012/10/17/de-volta-a-estaca-zero/#comments Wed, 17 Oct 2012 17:40:42 +0000 http://eleicaonoseua.blogfolha.uol.com.br/?p=979 Continue lendo →]]>

“Esse cara aqui não sabe nada”, diz o candidato. Qualquer candidato (Reuters)

WASHINGTON – Um Obama mais ativo e combativo e um Romney igualmente incisivo se apresentaram na noite de terça ao eleitorado americano. Mais do que o estilo dos candidatos, o que diferenciou o segundo debate entre os presidenciáveis americanos foi a substância.

Tanto o presidente democrata quanto seu oponente republicano foram muito mais detalhistas e assertivos em suas respostas do que no primeiro confronto, quando se limitaram à troca de acusações e explanações generalistas.

Os dois candidatos, por exemplo, dedicaram um longo tempo à sua política energética — um pilar para a retomada econômica em ambas as plataformas. Ambos insistem no binômio petróleo-gás natural. Obama o completa com as chamadas energias limpas, que ainda carecem de desenvolvimento tecnológico para baratear sua produção em larga escala, e Romney prefere retomar a aposta em carvão, que polui muito, mas contenta eleitores em importantes Estados produtores como Ohio.

Os dois também foram mais detalhistas em seus planos de empregos, Romney deixando claro que seu foco serão as pequenas empresas e incentivos tributários, Obama falando em poder de consumo da classe média e investimento em educação e tecnologia.

Foi um debate mais denso, até agressivo, mas com trocas de acusações muito mais embasadas na realidade do que as infantiloides discussões do primeiro confronto, na linha do “o plano dele é mais feio que o meu”.

Isso dito, o confronto foi vencido por Obama, segundo todas as pesquisas publicadas até agora. Eu concordo. Mas foi uma vitória bem mais discreta do que a lavada de Romney no primeiro debate, quando o presidente se mostrou amuado, como se lhe faltasse pulso. Desta vez, não. Seus reflexos retóricos estavam bem polidos e ele parece ter domínio total de seu discurso.

Romney tampouco se abateu, embora tenha lhe faltado o charme e senso de humor do embate anterior. Mas o republicano perdeu o rebolado justamente na pergunta que tinha tudo para levar vantagem: sobre a Líbia.

O governo Obama só fez papelão no episódio envolvendo o assassinato de seu embaixador Chris Stevens em Benghazi. Em vez de se ater à crítica sobre as idas e vindas e despreparo do governo para a situação, Romney se lançou, como num eco bushista, num ataque à não descrição do episódio como ato terrorista.

Insistiu que Obama não tinha usado a expressão, deixando fácil para o presidente rebater pedindo a transcrição de seu pronunciamento do dia seguinte ao caso. Estava lá, “ato terrorista”. O erro de Romney acabou norteando a discussão, que deveria ser sobre planejamento e segurança. Seu vice, Paul Ryan, foi muito melhor nessa discussão com Joe Biden.

Obama também fez sua parte para virar o jogo neste assunto: após mandar como bois de piranha a embaixadora na ONU, Susan Rice, e a secretária de Estado, Hillary Clinton, resolveu dizer que a responsabilidade final era sua. Uma espécie de ªthe bucket stops hereº: “Sou eu que recebo os caixões”, na versão obamista. Pegou bem. A plateia gostou.

O democrata também soube explorar os pontos frágeis de seu adversário: sua preconceituosa política de saúde para mulheres, a questão do corte de impostos para os mais ricos (nessa resposta Romney conseguiu se defender, ao priorizar as microempresas) e sua frase divisiva sobre os 47%, sua defesa da bancarrota das montadoras americanas e sua falta de maior especificidade no plano de empregos.

Romney, por sua vez, atacou as incoerências de Obama sobre imigração, o fato de ele ter expandido o deficit quando prometera cortá-lo, o desemprego mais alto entre as mulheres e a lentidão dos avanços dos últimos quatros anos.

Embora as acusações de Romney nesses pontos sejam verdadeiras, soaram repetidas, o que parece explicar por que o presidente foi preferido pela plateia, mas teve vantagem pequena — quase na margem de erro na CNN e na margem de erro na CBS.

Se isso terá impacto nas pesquisas como teve o primeiro debate, que alimentou uma arrancada de Romney, eu fico com a análise do sempre sóbrio David Gergen, analista conservador-moderado da CNN: o desempenho de Obama não foi estrondoso a ponto de dar-lhe gás para abrir de novo a vantagem perdida, mas foi bom o suficiente para conter o avanço de Romney.

Ou seja: nos próximos 20 dias, salvo surpresas, devemos ter uma corrida rigorosamente empatada.

Finalmente, uma nota sobre a mediadora, Candy Crawley. Sou fã da apresentadora da CNN, mas neste debate ela pisou na bola, com o pior desempenho até agora. Teve dificuldades para interromper Romney e Obama — e muito mais o segundo do que o primeiro.

Apesar de algumas boas intervenções para contrapor as promessas dos candidatos à realidade, o que ficará para os registros será que Crawley deixou Obama falar quase quatro minutos a mais do que Romney, ou quase 5% do tempo total do debate. Imperdoável.

*

Na próxima segunda, os candidatos se enfrentam em Boca Raton, na Flórida, para o derradeiro debate, sobre política externa. Estarei lá. As chances de que ele altere as pesquisas, porém, é mínima: menos de 4% dos eleitores colocam o assunto entre suas prioridades nesta eleição, e a relação com a China, o grande fantasma desta campanha, será alvo de apenas um dos seis blocos.

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